Deus dá liberdade aos Seus filho

Na liberdade que temos, damos o exemplo e não seguimos as más inclinações deste mundo

“Jesus perguntou: ‘Simão, que te parece: Os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem: dos filhos ou dos estranhos? Pedro respondeu: ‘Dos estranhos!’ Então Jesus disse: ‘Logo os filhos são livres’” (Mateus 17, 25-26).

domingo, 20 de setembro de 2009

Policiamento canino é usado na redução da criminalidade.


20/09/2009 – 08:29
SÃO LUÍS - A redução da violência por meio do policiamento ostensivo e preventivo é a principal função da Polícia Militar do Maranhão (PM). Para realizar a missão, a corporação tem investido não só na formação e qualificação dos policiais militares, mas também implantando soluções criativas e relevantes na área de segurança pública. Uma dessas soluções é o emprego de cães na atividade policial. Desde o dia 11, dois dos principais pontos turísticos de São Luís, o Centro Histórico e a Avenida Litorânea, ganharam o reforço dos cães policiais. Apesar da utilização dos animais não ser novidade - há 23 anos a PM usa o recurso na segurança do estado -, é a primeira vez que se destaca esse tipo de ação para conter a violência nesses espaços.
“O cão policial é um companheiro, acima de tudo. Às vezes, a vida do policial militar depende da ação dele. Um cão faz o trabalho de cinco policiais”, observou o veterinário do canil da PM, soldado Silvio Saraiva. Dezoito cães das raças labrador, pastor alemão, rottweiler e dobermann estão em atividade, divididos de acordo com a especialidade, que pode ser ações de choque com objetivo de manter a ordem pública; policiamento em praças desportivas e estádios; revistas e segurança física de instalações prisionais e farejamento de entorpecentes. Eles integram, com nove soldados adestradores, o Pelotão Especial de Cães, subseção do Batalhão de Missões Especiais (BME) da Polícia Militar.
O sargento Salim Severiano, auxiliar do comandante do canil, diz que a presença dos cães, por si só, já garante um ordenamento dos espaços. “É comprovada a eficácia do policiamento canino. Nunca foi necessário colocar os cães para atacar, pois só a presença deles inibe ações criminosas. Olham o tamanho dos cães e costumam respeitar isso”, comentou.
Treinamento
O sargento Salim Severiano, há 21 anos atuando no canil da PM, diz que o cão policial também precisa de treinamento pesado para desenvolver agilidade, destreza e precisão. “Todos os dias eles encaram uma hora de treino de obediência, mas não pode passar disso para não cansar ou estressar o cão”, explicou. A carga horária dos cães policiais também é cansativa. “Eles trabalham entre 4h e 6h por dia. Esse é o tempo máximo de atividade diária policial. Depois disso, pode-se comprometer a segurança das pessoas e a saúde do cão, pois ele fica estressado e pode não mais atender aos comandos”, justificou.
O policial garantiu que, durante o adestramento, os cães não sofrem maus-tratos. “O cão não pode ser adestrado apanhando. Isso não existe. Ninguém aprende apanhando. Se fosse assim, o cão poderia se voltar contra o próprio policial. Usamos a guia e o colar de elos para ensiná-los, sem contar que os policiais têm curso de Cinotecnia [estudo da anatomia, comportamento, psicologia e fisiologia dos cães]”, afirmou.
O veterinário Silvio Saraiva fez questão de desfazer um dos maiores equívocos acerca do treinamento. “Os cães farejadores não são viciados. Na verdade, eles não podem ter contato com a droga para não comprometer a capacidade olfativa. O que é feito é um trabalho de associação, ou seja, o cachorro associa o cheiro de alguma droga com algum tipo de brinquedo. Quando ele faz o farejamento, ele está procurando um brinquedo”, revelou.
Especialidades
Companhia de Choque – especializada em conter distúrbios como multidões em desordem, podendo usar técnicas não letais de intervenção policial;
Companhia de Força Tática (FT) – atua como primeira respostas a ocorrências com reféns. Se chegar primeiro, é quem prepara o “teatro” de operações para gerenciamento de crise. Não atua com negociação de reféns nem faz concessões, apenas tenta acalmar os ânimos;
Companhia de Operações Especiais (COE) – especializada em lidar com situações em que haja reféns, ações antibombas e em missões de apoio. Atua de forma semelhante à Swat norte-americana;
Pelotão Especial de Cães – usado no controle de distúrbio civil, como situações de tumulto, policiamento em estádios e rebeliões e em farejamento de entorpecentes.
Profissão é um "sacerdócio" escolhido pelos melhores
Policiais que atuam no Batalhão de Missões Especiais estão acostumados com a rígida rotina de trabalho na rua para manter a segurança da população. Com 22 anos de atuação na PM, 11 deles atuando na Companhia de Operações Especiais (COE), sargento Trindade resume o sentimento de quem escolheu a profissão de policial militar para seguir. “Eu amo minha profissão. Tenho, mesmo depois de 22 anos e sete meses, o mesmo vigor de quando entrei na PM, com a diferença de que a responsabilidade só aumenta com o tempo. Isso aqui é um ‘sacerdócio’”, sintetizou o policial militar, que já esteve perto de perder os movimentos de uma das pernas depois de ser atingido por uma bala que ricocheteou no chão. “Fiquei uns dois meses de molho, afastado, mas nem depois disso pensei em desistir”, lembrou.
Ele contou que já passou por diversas fases em sua atuação policial. “Alguns colegas dizem que existem três fases na PM: empolgação, decepção e acomodação. A decepção faz parte da atividade, pois às vezes a sociedade não reconhece o trabalho ou não conseguimos os resultados que queríamos, o que não significa falta de compromisso. Quem escolhe ser PM tem que trabalhar empolgado. Para falar a verdade, nunca me imaginei trabalhando atrás de uma mesa”, confessou, dizendo que gosta mesmo é de trabalhar na rua.
Para o comandante do BME, tenente-coronel Pereira, não existe outra explicação que não seja o apreço à profissão para que se exerça a função de PM. “Temos que cuidar de nossa família e da dos outros. Um policial não descansa. É policial 24h”, comentou.
Ele acredita que a explicação para as críticas da sociedade à corporação é simples. “Para fazermos o nosso trabalho temos que incomodar. As pessoas estão indo para o trabalho ou para uma festa e temos que abordá-las. Como é que vão gostar? Atuamos disciplinando o comportamento das pessoas. Por mais educado que o soldado seja tem de abordar. E mesmo sabendo que é para o benefício dele, o cidadão se chateia”, explicou e acrescentou: “Somos o órgão do estado com mais contato no dia-a-dia das pessoas. Lidamos com uma grande quantidade de problemas e decepções das pessoas, mas elas têm de entender que segurança não é só um problema de polícia, envolve educação, oportunidades de emprego e muitos outros fatores”, completou o comandante.


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