Deus dá liberdade aos Seus filho

Na liberdade que temos, damos o exemplo e não seguimos as más inclinações deste mundo

“Jesus perguntou: ‘Simão, que te parece: Os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem: dos filhos ou dos estranhos? Pedro respondeu: ‘Dos estranhos!’ Então Jesus disse: ‘Logo os filhos são livres’” (Mateus 17, 25-26).

domingo, 26 de setembro de 2010

MENSAGEM DA SEMANA: Onde está o nosso coração: em Deus ou nas coisas? - Lc 16,19-31.

Preparação para a Leitura Orante

Preparo-me para a oração, rezando com todos os internautas:

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo. Trindade Santíssima - Pai, Filho, Espírito Santo, presente e agindo na Igreja e na profundidade do meu ser, eu vos adoro, amo e agradeço. E invoco o Espírito Santo para que me ilumine na Leitura Orante: Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis. E acendei neles o fogo do vosso amor. - Enviai, Senhor, o vosso Espírito e tudo será criado. - E renovareis a face da terra.

Oremos: Ó Deus, que instruistes os corações dos fiéis com as luzes do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação.

Por Cristo Senhor nosso. Amém.

Leitura Orante

Lc 16,19-31

Jesus continuou:

- Havia um homem rico que vestia roupas muito caras e todos os dias dava uma grande festa. 20Havia também um homem pobre, chamado Lázaro, que tinha o corpo coberto de feridas, e que costumavam largar perto da casa do rico. Lázaro ficava ali, procurando matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do homem rico. E até os cachorros vinham lamber as suas feridas. O pobre morreu e foi levado pelos anjos para junto de Abraão, na festa do céu. O rico também morreu e foi sepultado. Ele sofria muito no mundo dos mortos. Quando olhou, viu lá longe Abraão e Lázaro ao lado dele. Então gritou: "Pai Abraão, tenha pena de mim! Mande que Lázaro molhe o dedo na água e venha refrescar a minha língua porque estou sofrendo muito neste fogo!"

- Mas Abraão respondeu: "Meu filho, lembre que você recebeu na sua vida todas as coisas boas, porém Lázaro só recebeu o que era mau. E agora ele está feliz aqui, enquanto você está sofrendo. Além disso, há um grande abismo entre nós, de modo que os que querem atravessar daqui até vocês não podem, como também os daí não podem passar para cá."

- O rico disse: "Nesse caso, Pai Abraão, peço que mande Lázaro até a casa do meu pai porque eu tenho cinco irmãos. Deixe que ele vá e os avise para que assim não venham para este lugar de sofrimento."

- Mas Abraão respondeu: "Os seus irmãos têm a Lei de Moisés e os livros dos Profetas para os avisar. Que eles os escutem!"

- "Só isso não basta, Pai Abraão!", respondeu o rico. "Porém, se alguém ressuscitar e for falar com eles, aí eles se arrependerão dos seus pecados."

- Mas Abraão respondeu: "Se eles não escutarem Moisés nem os profetas, não crerão, mesmo que alguém ressuscite."

O que a Palavra diz?

Nesta parábola, que Jesus contou, está um forte apelo à conversão. Enquanto vivemos é tempo de conversão, mudança de vida, solidariedade, tempo de viver as propostas do Reino que é amor, perdão, justiça, fraternidade. Amanhã talvez, eu e você não tenhamos mais tempo. Depois da morte este tempo não existirá mais. E viveremos eternamente como fomos encontrados neste momento.

O que a Palavra diz para mim?

Pergunto-me se não estou deixando o tempo passar, deixando a conversão para depois.

O bem-aventurado Alberione recebeu de Deus e comunicou à Família Paulina, o apelo de viver em "contínua conversão". Os bipos, na Conferência de Aparecida, disseram: "No exercício de nossa liberdade, às vezes recusamos essa vida nova (cf. Jo 5,40) ou não perseveramos no caminho (cf. Hb 3,12-14). Com o pecado, optamos por um caminho de morte. Por isso, o anúncio de Jesus sempre convoca à conversão, que nos faz participar do triunfo do Ressuscitado e inicia um caminho de transformação. (DAp 351).

O que a Palavra me leva a dizer a Deus?

Jesus me recomenda a dar aos outros o melhor, a partilhar, a viver a fraternidade.

Rezo ou canto com o Salmista (Sl 145)

Eu te exaltarei

1. Eu te exaltarei, meu Deus e Rei, por todas as gerações.

És o meu Senhor, Pai que me quer no amor!

Refrão

"Entoai Ação de Graças"/ E cantai um canto novo!/ Aclamai a Deus Javé,/ Aclamai com amor e fé!

1. Eu vou reunir Jerusalém/ Pra te louvar, ó Senhor!/ Te glorificar ao dar-me a tua paz!

2. Ao me revelar a tua lei/ As tuas mãos eu senti./ Sim, te louvarei enquanto eu existir.

Qual o meu novo olhar a partir da Palavra?

Meu olhar de contemplação é um olhar de conversão que cancela tudo aquilo que em minha vida é acomodação, indiferença, omissão, como evitar as pessoas que precisam de mim. Que Deus abençoe este meu propósito.

Bênção

A bênção do Deus de Sara, Abraão e Agar, a bênção do Filho, nascido de Maria, a bênção do Espírito Santo de amor, que cuida com carinho, qual mãe cuida da gente, esteja sobre todos nós. Amém!

COMENTÁRIO 1

Esta parábola do Evangelho de Lucas é uma contundente denúncia da sociedade dividida entre ricos e pobres.

De um lado, um homem rico (anônimo), com roupas finas e elegantes, banqueteando-se; do lado de fora, o pobre Lázaro, cheio de feridas e faminto. Estas duas imagens nós as vemos diariamente, nos pobres que pervagam nas ruas e nos ricos em seus carros último modelo ou nas novelas da televisão.

Com outro olhar, podemos ver Lázaro entre os vivos acolhidos por Deus, e o homem rico na região dos mortos, no meio dos tormentos. há um abismo entre ambos.

De imediato, o texto dirige-se aos fariseus e às ricas elites do Judaísmo. Estes ricos não acreditaram nos profetas que anunciavam o projeto do Deus de amor, que é o resgate e a libertação dos pobres oprimidos e excluídos. E também não acreditaram no próprio Jesus, que, testemunhando o amor, venceu a morte imposta por eles. Dentre os profetas, é Amós o mais contundente na denúncia da riqueza (primeira leitura). Ele associa Davi àqueles que levam a vida com todo o gozo que a riqueza lhes proporciona.

Pela fé, fomos chamados ao seguimento de Jesus, em comunidade, na justiça, na piedade, na caridade, na constância, na mansidão (segunda leitura), que nos inserem na vida eterna.

Autor: José Raimundo Oliva

COMENTÁRIO 2

Estamos nos aproximando do término de mais um ano litúrgico da vida da Igreja. Estamos iniciando a 26ª semana do Tempo Comum. Estamos à algumas semanas de iniciarmos mais um ano litúrgico, com o Tempo de Advento. Para dizer que, conforme vai se aproximando o encerramento do ano litúrgico, vamos nos deparando com uma realidade escatológica a partir da Palavra de Deus, ou seja, com as últimas coisas acerca da existência humana neste mundo.

Neste final de semana, mais uma vez a palavra nos faz questionar a respeito da maneira que estamos administrando a nossa vida; onde estamos colocando nossa vida, o seu sentido, a nossa esperança: em Deus ou nas coisas passageiras desta vida.

Para melhor entendermos isso, a partir da palavra de Deus, como um todo, na liturgia da Igreja para este final de semana, algumas coisas precisarão ficar bem claras na nossa cabeça e na nossa compreensão, principalmente a respeito daquilo que é trazido por Lucas, no evangelho de hoje.

Em primeiro lugar, nos é apresentado dois principais personagens: lázaro e o homem rico. Não sei se percebemos isso, mas é fundamental percebermos, caso ainda não viemos a perceber: em momento algum é apresentado Lázaro como uma pessoa boazinha, como também não é apresentado o contrario. Também, em momento alguns é apresentado o homem rico como uma pessoa má – prova disso é o fato de Lázaro não sair da porta da sua casa, pedindo alguma coisa.

A conduta de um para com o outro, não é o principal questionamento que a palavra nos apresenta. A questão está mais a fundo, ou seja, no que está dentro do coração de cada um deles acerca daquilo que verdadeiramente vale a pena neste mundo.

Lázaro ganha a eternidade junto de Abraão – Abraão aqui significando nosso pai na fé, o homem da promessa – não porque era pobre e mendigo; ele ganha porque teve a coragem de colocar o seu coração no lugar certo, ou seja, não nas coisas perecíveis, mundanas, realidades terrenais, mas em Deus. O homem rico perde a eternidade, não porque tinha bens, mas porque colocou sua esperança nestes bens.

A grande pergunta que devemos fazer para cada um de nós é esta: onde estamos colocando nossa esperança? Neste mundo – nas coisas – ou naquilo que é do céu, ou seja, em Deus? Somos convidados a colocar nossa esperança em Deus, pois, caso contrario, passamos a colocar em nós mesmos; quando colocamos em nós, passamos a viver para nós mesmos e passamos a nos tornar insensíveis às necessidades dos irmãos.

Nada pode me garantir a felicidade no mundo vindouro, a não ser o bem que vivo e faço para que os outros tenham um pouco mais de vida e sentido de viver a vida. Somos chamados a viver e a propagar a dignidade entre todos. Por mais que venhamos a ter todos os bens do mundo, se isso não me fizer se uma pessoa despojada, serei mais pobre do que qualquer mendigo. Aliás, a verdadeira pobre está no fato do coração estar amando errado. pa Amemos o que deve ser amado colocando nosso coração no lugar certo.

Padre Pacheco - Comunidade Canção Nova.