26/09/2009 – 07:00
Um bom programa de governo para a segurança pública será decisivo nas eleições de 2010. A área é mal avaliada desde o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e preocupa candidatos aos governos estaduais e federal. De acordo com a pesquisa CNI/Ibope, divulgada esta semana, 56% dos entrevistados reprovam a atuação do Executivo nesse setor. Mesmo com evolução positiva, o índice das ações de combate à violência é de -14. Em 2006, chegou a -47. Em outros três temas, o governo tomou bomba: juros, impostos e saúde.
Para o professor Ignácio Cano, do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), o resultado da pesquisa comprova que o impacto na área de segurança não é imediato. “O governo investe num programa e se for bom, daqui a uns anos vamos perceber a melhora. É muito mais incerto”, explica, completando que na área de combate à pobreza, por exemplo, uma das mais bem avaliadas pelos entrevistados, a percepção é mais rápida e prática: “O Bolsa Família melhora a renda”.
De acordo com o especialista, o governo Lula só começou a investir na área recentemente. Durante a campanha em 2002 e o primeiro mandato, temia-se o assunto, que era considerado delicado e de grande risco de polêmica. Em 2007, o Ministério da Justiça criou o Programa Nacional de Segurança e Cidadania (Pronasci) que, para Cano, foi o primeiro sinal de que o governo vai investir significativamente na área.
Para 2010, o programa deve receber R$ 1,4 bilhão. Os investimentos só perdem para despesas com apoio administrativo (R$ 4,2 milhões) e previdência e inativos (R$ 1,9 milhão). O orçamento do programa é três vezes maior do que será gasto com proteção de povos indígenas e seis vezes a mais da previsão de investimentos na Polícia Federal. O valor do orçamento total do ministério é de R$ 9,5 bilhões.
“Historicamente, a segurança era competência do estadual. Agora, temos uma consciência de que precisa ser um sistema de governo. Com esse novo olhar, as prefeituras e a União ganharam mais espaço”, diz Cano, acreditando que a população vai passar a cobrar mais ações de repressão para conter os altos índices de violência.
Desemprego
A pesquisa mostra que houve crescimento da aprovação da agenda econômica: combate à inflação e ao desemprego e política de juros. Nesses três casos, segundo a CNI/Ibope, observa-se movimento positivo. Tanto no combate ao desemprego quanto na política de preços, 55% dos brasileiros aprovam o desempenho do governo Lula. O meio ambiente e a educação também foram bem avaliados.
A pesquisa ouviu 2.002 pessoas entre 11 e 14 de setembro em 142 municípios do país. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com grau de confiança de 95%.
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