Deus dá liberdade aos Seus filho

Na liberdade que temos, damos o exemplo e não seguimos as más inclinações deste mundo

“Jesus perguntou: ‘Simão, que te parece: Os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem: dos filhos ou dos estranhos? Pedro respondeu: ‘Dos estranhos!’ Então Jesus disse: ‘Logo os filhos são livres’” (Mateus 17, 25-26).

domingo, 17 de outubro de 2010

MENSAGEM DA SEMANA: Vida de Oração - Lc 18,1-8.

Preparação para a Leitura Orante

Preparo-me para a Leitura Orante, fazendo uma rede de comunicação e comunhão em torno da Palavra com todas as pessoas que se encontram neste ambiente virtual. Rezamos em sintonia com a Santíssima Trindade. 

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém 

Senhor, nós te agradecemos por este Abrimos, com este acesso à internet, nossas portas e janelas para que tu possas Entrar com tua luz. 

Queremos que tu Senhor, definas os contornos de Nossos caminhos, As cores de nossas palavras e gestos, A dimensão de nossos projetos, O calor de nossos relacionamentos e o Rumo de nossa vida. 

Podes entrar, Senhor em nossas famílias. Precisamos do ar puro de tua verdade. Precisamos de tua mão libertadora para abrir Compartimentos fechados. Precisamos de tua beleza para amenizar Nossa dureza. Precisamos de tua paz para nossos conflitos. Precisamos de teu contato para curar feridas. Precisamos, sobretudo, Senhor, de tua presença Para aprendermos a partilhar e abençoar! 

Ó Jesus Mestre, Verdade-Caminho-Vida, tem piedade de nós. 

Leitura Orante

Jesus contou a seguinte parábola, mostrando aos discípulos que deviam orar sempre e nunca desanimar: 

- Em certa cidade havia um juiz que não temia a Deus e não respeitava ninguém. Nessa cidade morava uma viúva que sempre o procurava para pedir justiça, dizendo: "Ajude-me e julgue o meu caso contra o meu adversário!" 

- Durante muito tempo o juiz não quis julgar o caso da viúva, mas afinal pensou assim: "É verdade que eu não temo a Deus e também não respeito ninguém. Porém, como esta viúva continua me aborrecendo, vou dar a sentença a favor dela. Se eu não fizer isso, ela não vai parar de vir me amolar até acabar comigo."

E o Senhor continuou:

- Prestem atenção naquilo que aquele juiz desonesto disse. Será, então, que Deus não vai fazer justiça a favor do seu próprio povo, que grita por socorro dia e noite? Será que ele vai demorar para ajudá-lo? Eu afirmo a vocês que ele julgará a favor do seu povo e fará isso bem depressa. Mas, quando o Filho do Homem vier, será que vai encontrar fé na terra? 

O que diz o texto do dia?

Leio atentamente, na minha Bíblia, o texto: Lc 18,1-8:

A viúva de que Jesus fala no Evangelho, fazia parte de um grupo bastante exposto a abusos legais, judiciais e jurídicos porque não podiam subornar nem pagar. A viúva procurava o juiz pedindo justiça contra seu adversário. Mas, o juiz era iníquo. Não temia a Deus e nem respeita as pessoas. Por isso não atendia o caso do julgamento daquela mulher. Mas, sentindo-se incomodado por tantos apelos da viúva, ele resolveu atendê-la. E Jesus comenta: se aquele juiz iníquo, para não ser incomodado, atendeu àquela mulher, muito mais e sem demora, Deus que é bom e justo, vai ajudar o seu povo. A fé e a confiança neste Deus justo e bom deve animar os que crêem. 

Meditação

Os bispos na Conferência de Aparecida lembraram: " Na história do amor trinitário, Jesus de Nazaré, homem como nós e Deus conosco, morto e ressuscitado, nos é dado como Caminho, Verdade e Vida. No encontro de fé com o inaudito realismo de sua Encarnação, podemos ouvir, ver com nossos olhos, contemplar e tocar com nossas mãos a Palavra de vida (cf. 1 Jo 1,1), experimentamos que "o próprio Deus vai atrás da ovelha perdida, a humanidade doente e extraviada. Quando em suas parábolas Jesus fala do pastor que vai atrás da ovelha desgarrada, da mulher que procura a dracma, do pai que sai ao encontro de seu filho pródigo e o abraça, não se trata só de meras palavras, mas da explicação de seu próprio ser e agir"(DAp 242).

E eu me interrogo: Deus para mim é este Juiz bondoso que vai ao encalço de quem se perdeu? a justiça de Deus é amor para todos. Sinto-me uma pessoa amada, acolhida, ouvida por Deus? 

O que o texto me leva a dizer a Deus?

Rezo, espontaneamente, com salmos e concluo com a oração

"Jesus, Mestre: que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria. Que eu ame com o teu coração. Que eu veja com os teus olhos. Que eu fale com a tua língua. Que eu ouça com os teus ouvidos. Que as minhas mãos sejam as tuas. Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas. Que eu reze com as tuas orações. Que eu celebre como tu te imolaste. Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém". 

Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Sinto-me discípulo/a de Jesus.

Meu olhar deste dia será iluminado pela presença de Jesus Cristo, justo Juiz que me ama e prepara o melhor para mim.

Ó Jesus Mestre, Verdade-Caminho-Vida, tem piedade de nós.

COMENTÁRIO 1

A oração é uma prática presente em toda a Bíblia e em todas as religiões. No Segundo Testamento ela assume uma nova dimensão a partir da prática de Jesus em orar e da oração ensinada aos discípulos, o "Pai-Nosso". Nos Evangelhos, particularmente em Lucas, são revelados a importância e os vários aspectos da oração. A oração é o pedir, com fé, associado ao agir.

A viúva da parábola vai à procura do juiz para fazer seu pedido por justiça. Ela, sofredora e oprimida, não se cansa em insistir no pedido. O juiz, instalado no seu comodismo, sente-se importunado e é abalado pela insistência da viúva. A viúva é a expressão da categoria dos excluídos e oprimidos da sociedade. O juiz é a expressão da classe dirigente, elitista e opressora. A insistência e a perseverança da viúva vencem a indiferença e a omissão do juiz iníquo. Se o pedido insistente da viúva demoveu o juiz iníquo de sua posição omissa, com maior razão Deus fará justiça aos seus, que a ele clamam dia e noite. É o clamor do seu povo, oprimido por um poder injusto, violento, e idólatra do dinheiro. Este poder acumula as riquezas que deveriam ser destinadas à promoção da vida no mundo e as aplica nas fabulosas e sofisticadas armas de destruição. É o clamor que também exprime o desejo de uma nova sociedade, fundada nos valores humanos de dignidade, fraternidade e partilha, com o desabrochar da vida plena para todos.

Os discípulos de Jesus, reunidos em comunidades, hoje, são chamados a viverem a fé e a proclamação da Palavra com perseverança e na justiça (segunda leitura), rompendo com os falsos valores da sociedade injusta, submissa à ideologia do poder do dinheiro. Na primeira leitura, do Primeiro Testamento, temos a contraditória e pouco edificante mistura de fé e violência, em que a oração de Moisés leva à vitória de Josué, que passa a fio da espada os vizinhos amalecitas, cujo território foi ocupado pelos israelitas. 

Autor: José Raimundo Oliva

COMENTÁRIO 2

Hoje, com toda a Igreja, somos convidados a rezar pelos nossos entes queridos que já partiram desta vida e que se encontram junto de Deus, intercedendo por cada um de nós. Somos convidados a rezar pelos que se purificam no purgatório, para poderem contemplar a Deus na visão beatífica. Também somos convidados a rezar e, em Deus, transcender a dor da perda e saborerar a dor da saudade. Não é fácil!

Na ocasião do Evangelho de hoje, João relata a morte de Lázaro e, consequentemente, a dor de Marta pela perda do irmão. Ela, quando Cristo chega, desabafa: ”Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido”. Muitos ”amigos” estavam na casa pela morte de Lázaro; mas por que Marta espera Jesus chegar para desabafar a dor do coração? Porque há momentos na vida em que nem o melhor amigo nosso terá condições de nos consolar; no máximo, ele nos mostrará – com a vida –, o Senhor, pois, somente Ele pode nos entender e nos consolar.

Precisamos nos perguntar: onde e com quem estamos buscando superar a dor das nossas perdas? Se é  com um amigo você pode estar comprometendo a linda amizade que construiu, pois ele não terá condições de entender você. Não devemos dar responsabilidade para quem não pode, ou seja, busquemos nos nossos amigos a força para irmos até Jesus: o Único que pode nos entender e consolar, pois  nos olha e nos entende por dentro, pois se encontra no mais íntimo de nós. Só Cristo pode nos sustentar em nosso sofrimento. Onde e com quem estamos vivendo a dor do nosso sofrimento? Muitos estavam ali na casa de Marta, mas ela esperou chegar Aquele que poderia compreendê-la verdadeiramente: Jesus Cristo.

Como Marta nós somos chamados a transformar o mundo e cada um de nós por intermédio do trabalho sério, comprometido e santificado; o maior trabalho que podemos realizar para a transformação do mundo é transformarmos o nosso interior, trazendo Deus como o centro. Marta aprende com sua irmã, Maria, que devemos escolher a melhor parte, aquela que não nos será tirada. Na vida, tudo perderemos e aquilo que achamos ter perceberemos – mais cedo ou mais tarde – que nunca tivemos. Aquilo que nunca nos será tirado é o que tivermos construído em Deus e para Deus.

Queremos aprender com Santa Marta, neste dia de comemoração dos fiéis defuntos, que na vida somos aquilo que construímos enquanto relação com Deus, colocando nossos dons e nossas qualidades a serviço dos irmãos.

Padre Pacheco - Comunidade Canção Nova.