08/09/2009
O OITAVO DIA DE GREVE, SEM MEDO E FELIZ
Completamos hoje o oitavo dia da Greve dos Trabalhadores da Polícia Civil e do Sistema Penitenciário(sem os Peritos e Delegados) um movimento paredista profundamente desigual, uma luta cruel em que somos atraiçoados no inicio, e combalidos conseguimos romper as cercas que nos separam das nossas pretensões mais próprias e profundas, que é resgatar a valorização do policial civil, dizendo não à exclusão a que somos empurrados historicamente, e não aceitando ficar de fora do plano de valorização do funcionalismo público estadual, é inconcebível que trabalhadores policiais, veteranos ou novatos, fiquem inertes diante de tudo que esta acontecendo, fingem não ver ou, preferem o fingimento à ação, quando claramente hoje na polícia civil temos três policias, de um lado os Delegados, do outro lado os Peritos, e o resto que somos todos nós, Peritos Criminalísticos Auxiliares, Comissários, Escrivães, Investigadores, Motoristas Policiais e Operadores de rádio.
Fazer a organização na base não é fácil, a nossa categoria é imediatista ao extremo, sem contar com aqueles que tem gosto pelo pessimismo e torcem para que os resultados sejam negativos, uma torcida contra si mesmo, daí é que vem a origem das nossas perdas mais distantes, o desinteresse que ultrapassa qualquer compreensão mínima que seja, alguma coisa assim: deixa que eles se queimem, se sair qualquer coisa, sai para todo mundo. É a desigualdade em forma de um falso interesse presencial, nada além. A outra é a velha e árdua luta contra a discriminação, que requer enorme coragem das pessoas, motivação e dedicação à causa, sem interesse pessoal e visando o bem estar funcional de todos, pois estamos nós todos no mesmo navio, somos tripulantes e passageiros, inevitavelmente.
Nos últimos dias, tenho recebido dezenas de e-mail de novos policiais que se dizem coagidos por superiores hierárquicos para não participarem do movimento paredista, algumas correspondências sem identificação do policial, deixando claramente que o medo tomem conta dos seus posicionamentos, tendo que se esconderem através de subterfúgios e diálogos secos que não traduzem a vontade própria. Não queremos e rejeitamos policiais que não sejam combatentes, que diante da primeira ameaça, recuem, é melhor recuar agora do que nos abandonar próximo ao fim, sem criar a ilusão de que estávamos juntos.
Greve + Negociação = aumento. A Greve sempre foi o grande instrumento de pressão da classe trabalhadora na luta por bons acordos salariais, com garantias de melhores salários e condições de trabalho. O resultado da pesquisa DIEESE(Departamento Intersindical de estatística e estudos socioeconômicos) sobre o balanço das Greves em 2008, confirmou que a fórmula Greve+Pressão= Bons acordos salariais é realmente infalível. O estudo apontou aumento no número de Greves em todo País, chegando a 441. o diferencial foi a predominância do setor privado, responsável por 54,5% das paralisações, nos quatros anos anteriores, o setor público fez mais Greves. Incluindo com destaque os trabalhadores policiais civis do Brasil, o aumento da renda média dos admitidos confirma o sucesso da dobradinha cutista. (Fonte: Jornal da CUT).
Em todos os dias desse feriado prolongado, percorremos todos os plantões centrais, diariamente, tentando motivar e conscientizar (se possível) os plantonistas, éramos quatro, Gustavo, Heleudo, Trindade e Eu, fizemos uma espécie de pacto, se ocorresse qualquer problema, entraríamos em contato rapidamente e mutuamente e nos deslocaríamos ao plantão, lamentamos a ausência de alguns diretores das entidades que tomaram “Doril”, também tivemos a oportunidade de veicular nas mídias a nossa Greve, que a meu ver, esta tendo uma divulgação satisfatória. Vamos continuar, sem se ajoelhar e sem aceitar esmolas, querendo apenas aquilo que é justo para a nossa categoria, até a vitória final.
TEXTO DE TOTAL RESPONSABILIDADE DE
AMON JESSEN
PRESIDENTE SINPOL-MA
DIA 08.09.2009
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