16/06/2009
Dados da Polícia Civil apontam que o aumento da violência está relacionado ao crescimento desordenado da população. As maiores vítimas são os jovens e o tráfico de drogas é o motivo mais comum.
Ceilândia é a maior cidade do Distrito Federal e, por isso, em números absolutos, tem mais casos de crimes. Mas, quando se compara as mortes violentas com cada grupo de dez mil moradores, uma nova descoberta.
As cidades que cresceram desordenadamente na última década estão no topo da estatística da violência: o primeiro lugar, que não é motivo de orgulho, é da Estrutural, que teve 7,7 mortes violentas ano passado para cada grupo de dez mil habitantes. Em segundo lugar, o Varjão, com 6,5 homicídios. E em terceiro no ranking da violência aparece o Itapõa: 5,4 mortes violentas por dez mil habitantes. Nesse ranking, Ceilândia aparece em décimo lugar. Com 3,6 mortes pra cada dez mil habitantes.
Em um seminário da Polícia Civil, no auditório do Departamento de Polícia Especializada, os especialistas ouviram outro número que preocupa. As vítimas, na maioria, são jovens entre 18 e 24 anos. “São geralmente pais precoces e que deixam o legado de violência para seus filhos. Isso pode ter virado para eles algo comum”, comenta a professora da Universidade de Brasília Ana Maria Nogales.
Segundo a Polícia Civil, o aumento no número de homicídios está ligado ao crescimento descontrolado da população, mas, principalmente, ao tráfico de drogas, que tem levado cada vez mais jovens e pessoas de baixa renda para a criminalidade. O tráfico de drogas aparece em segundo lugar como motivo dos homicídios no DF, 21,1% em 2008. Perde apenas para brigas e desavenças, com 28,7%.
No seminário, delegados reclamaram da falta de leis mais duras. “A lei tem que ser mais dura com o traficante e também com o usuário de drogas, porque essa impunidade aumenta o tráfico, pela disputa dos pontos e o aumento do número de usuários”, defende o delegado da Divisão de Estatística da Polícia Civil, Ronaldo Almeida. “Nós temos que fortalecer nossas escolas, fazer parcerias com a comunidade, reforçar nossa segurança pública e dar apoio a essa população mais vulnerável”, acredita a professora Ana Maria.
Fernanda Soares / Salvatore Casella
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