02/09/2009
SÃO LUÍS – Em entrevista ao programa Rádio Patrulha, da Rádio Mirante AM, nesta quarta-feira (2), o secretário de Segurança Pública, Raimundo Cutrim, mostrou-se contrário ao movimento grevista instaurado desde ontem pelos policiais civis, peritos criminais e agentes penitenciários do Estado. De acordo com Cutrim, quem tiver aderido à greve será punido, primeiramente com o corte do ponto a partir da data da última terça-feira (1º).
- Conversamos com os delegados e agentes penitenciários e hoje, para minha surpresa, ontem foi deflagrada greve pelos agentes penitenciários. E eu, de imediato, baixei uma portaria determinando corte de ponto dos agentes penitenciários que aderiram à greve a partir daquela data e estou determinando a instauração do procedimento administrativo disciplinar – revelou.
Com relação aos policiais civis, o secretário de Segurança afirmou que o procedimento adotado por ele será o mesmo. Cutrim também não descartou a possibilidade de policiais serem demitidos devido à greve.
- Vou baixar uma portaria determinando o corte do ponto de quem está em greve e instaurar um procedimento administrativo para que tudo seja apurado. Já os policiais e os agentes que estiverem em estado probatório, que é até três anos, serão demitidos – finalizou.
O secretário também afirmou que caso seja necessário a Polícia Militar vai ser usada para garantir a segurança nas delegacias de polícia.
Após as declarações do secretário de Segurança Raimundo Cutrim, o presidente da Associação dos Delegados de Polícia (Adepol), Marcos Afonso Júnior afirmou que recebeu a notícia com espanto. “Foi com espanto e com muita tristeza que ouvimos essa declaração do secretário Raimundo Cutrim. Nós vivemos em um país democrático e isso tem que ser respeitado”.
Marcos Afonso disse que o melhor caminho é a negociação com as categorias e que os delegados de polícia não querem entrar em greve. “Nós não estamos querendo fazer greve, mas se for preciso nós vamos sim”, continuou.
Irritado, Marcos Afonso respondeu com duras críticas a declaração do secretário de Segurança que ameaçou cortar o ponto dos grevistas e colocar a Polícia Militar para fazer a segurança dentro das delegacias. “Nós somos pessoas adultas, todos nós somos formados em direito e sabemos os nossos direitos. Não estamos cometendo ilegalidade nenhuma. Não estamos na época da chibata e se for preciso nós também vamos radicalizar. Acredito que esse tipo de declaração não vai dar em nada e só vai complicar ainda mais as coisas”, concluiu.
Reivindicações
A categoria exige inclusão dos policiais civis no plano de valorização do servidor público, lançado pela governadora Roseana Sarney, no dia 17 de julho; reajuste salarial de 23% a 30% sobre o subsídio, além de pagamento do retroativo a aposentados e pensionistas.
Ouça a entrevista com o Secretário Raimundo Cutrim
Ouça a entrevista com o Marcos Afonso Júnior, Presidente da Adepol
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