30/08/2009
Quem teve a oportunidade de ler o jornal EXTRA de hoje notou que na notícia dos policiais baleados na parte que se refere ao resgate feito pelo cabo de Cabo Frio em seu Pajero Blindado, que o jornal, maliciosamente, publicou o valor do veículo usado no socorro e ao serem informados pelo P/5 que em primeiro lugar a polícia iria enaltecer o ato heróico do Cabo, o nobre repórter insinuou o envolvimento do herói em algo ilícito e a resposta da corporação foi a de que se constatado algum desvio de conduta seria investigado. Ao ler a reportagem notamos claramente que o jornalista colocou os fatos de uma maneira que dá a entender que a PMERJ está, em primeiro lugar, duvidando da honestidade do militar, o que não é fato, já que a PMERJ vai promover, segundo palavras do comandante do 9º BPM, Tenente Coronel Camilo Coelho, o cabo a graduação de sargento pelo ato de bravura.
Outra notícia que me chamou atenção foi que a PMERJ vai dar apoio psicológico aos policiais que se envolverem em conflitos armados e até para seus familiares, pena que não será obrigatório, o PM ou familiar terão que solicitar o apoio. Acho que qualquer policial que tenha passado por um momento de tensão como os policiais que estavam no confronto no Juramento deveriam ser obrigados a passar por uma avaliação psicológica antes de voltar para as ruas. Não sou psicóloga, mas não é difícil notar que a maioria dos policiais que atuam nas ruas procuram algum tipo de subterfúgio para agüentar o estresse a que são submetidos. O cigarro é companheiro constante de muitos desses homens, além é claro, como já vimos em pesquisas, que muitos usam o álcool e outras drogas, licitas e ilícitas para não entrarem em parafuso. Acho que é por isso que o número de suicídios na PMERJ é tão pequeno. Minha sugestão ao diretor da DGS, coronel James Strougo, é que em cada batalhão que tenha ocorrido confronto armado ele mande uma psicóloga para avaliar a guarnição que se envolveu na troca de tiros, isso de uma maneira rápida e prática para não prejudicar a folga do combatente. Muitos não tem mais jeito, já se viciaram em adrenalina e não conseguiriam mais parar de “matar” quando necessário, mas os mais novos poderiam ser moldados para terem o perfil psicológico que a PMERJ e a sociedade esperam e não serem simples cães de guerra.
Meu caro, não se trata de malícia do jornalista, do jornal ou de quem quer que seja. O fato é que para quem vivencia o dia-a-dia da relação polícia-população sabe que a corporação está, de fato contaminada por dentro. Os casos de corrupção, participação em mílicias, conivência com o tráfico, a máfia dos caça níqueis não são poucos. Claro que isso não é exclusividade da instituiçao PMERJ. O Estado (político) como um todo decve ser depurado. Essa depuração somente será possível a partir do momento em que o próprio Estado, nos seus mais diferentes níveis, englobando as suas diversas instituições (e aqui inclui-se a PMERJ) reconhecer que está doente e, então, buscar os meios para tornar-se são. Negar o óbvio, no meu ponto de vista, é que é muito mais malicioso do que informar à população aquilo que é um fato. By the way: Quanto ganha mesmo um cabo da PMRJ?
ResponderExcluirCaro leitor deste blog. O seu comentário anterior procede. No entanto, vale esclarecer que a notícia não revela a minha opinião, pois apenas a reproduzi, conforme consta da Fonte.
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