04/03/2010 - 07:56
Perueiros, carros particulares e táxis irregulares estão circulando diariamente nas ruas, proporcionando agilidade e risco a quem usufrui do serviço
Dyego Rodrigues
Com a deficiência no transporte coletivo oficial, passageiros da grande Ilha de São Luís embarcam e desembarcam constantemente em veículos clandestinos. São perueiros, carros particulares e táxis irregulares, circulando diariamente nas ruas, praças e avenidas da capital, proporcionando agilidade e risco a quem usufrui do serviço. Quem já vivenciou a presença desta ‘nova’ prática, garante que o perigo é público e notório, mas que é um dos meios para se chegar a tempo nos compromissos. Os pontos de maior demanda de usuários estão localizados no Centro e áreas adjacentes, como no Itaqui-Bacanga. Durante os quatro dias de apuração da matéria, a equipe não identificou nenhum tipo de fiscalização.
O IMPARCIAL tentou o contato com a Taguatur Transportes, empresa privada responsável pelo transporte na área Itaqui-Bacanga, para saber dos possíveis prejuízos com a concorrência do transporte clandestino, mas não obteve acesso aos números. Já a Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) informou que realiza fiscalização de transporte clandestino diariamente nos horários de picos do trânsito. Segundo a assessoria, os casos mais freqüentes ocorrem no itinerário Centro/Itaqui-Bacanga. Os casos têm diminuído de 2009 para 2010. Não temos registros de ocorrências de acidentes nesse tipo de transportes. Este ano mais de 90 veículos irregulares foram apreendidos entre carros, ônibus, vans e taxis (com autorização vencida).
Os bairros Gapara, Vila Nova, Anjo da Guarda, Alto de São Sebastião e Alto da Esperança, localizados na área do Itaqui-Bacanga, são abastecidos regularmente por linhas de perueiros, taxis piratas e carros particulares clandestinos que saem do centro de São Luís. São bairros habitados, na sua maioria, por moradores que trabalham em pontos distantes a localidade e que precisam cumprir o horário programado de entrada no trabalho. Como é o caso de dona Rosamélia Figueiredo Silva, 39, auxiliar de escritório que tem que bater o ponto às 7h30 de segunda-feira à sexta-feira. “Eu pego sempre o carro daqui do Gapara, aonde eu vou até a Praça Deodoro, próximo ao meu local de trabalho. Se eu fosse depender do ônibus eu não conseguiria bater o ponto uma vez por mês”, contou Rosamélia.
A equipe de reportagem percorreu três rotas nas quais existem esse tipo de serviço, oferecido pelos motoristas clandestinos. Inicialmente o trajeto feito foi a que dá acesso ao bairro do Gapara, e a última ao do bairro Vila Nova. Disfarçados, a equipe conseguiu se infiltrar no meio de uma roda de motoristas que faziam linha para o último local citado. Lá, eles listaram o valor cobrado para cada localidade. Os serviços são diferenciais. De um ponto conhecido como Chopperia O Campeão, próximo a entrada do Anjo da Guarda, até a Vila Nova, a corrida custa R$ 15, preço muita das vezes dividido entre os passageiros que fretam o carro.
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