Deus dá liberdade aos Seus filho

Na liberdade que temos, damos o exemplo e não seguimos as más inclinações deste mundo

“Jesus perguntou: ‘Simão, que te parece: Os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem: dos filhos ou dos estranhos? Pedro respondeu: ‘Dos estranhos!’ Então Jesus disse: ‘Logo os filhos são livres’” (Mateus 17, 25-26).

domingo, 15 de novembro de 2009

MENSAGEM DA SEMANA: a vinda do Filho do Homem - Mc 13,24-32.

Por Padre Bantu Mendonça K. Sayla

24 Ora, naqueles dias, depois daquela aflição, o sol se escurecerá, e a lua não dará a sua luz. 25 E as estrelas cairão do céu, e as forças que estão nos céus serão abaladas. 26 E então verão vir o Filho do homem nas nuvens, com grande poder e glória. 27 E ele enviará os seus anjos, e ajuntará os seus escolhidos, desde os quatro ventos, da extremidade da terra até a extremidade do céu. 28 Aprendei, pois, a parábola da figueira: Quando já o seu ramo se torna tenro, e brota folhas, bem sabeis que já está próximo o verão. 29 Assim também vós, quando virdes sucederem estas coisas, sabei que já está perto, às portas. 30 Na verdade vos digo que não passará esta geração, sem que todas estas coisas aconteçam. 31 Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão. 32 Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai.

Este capítulo 13, escrito em linguagem apocalíptica, aborda no fundo dois assuntos: a destruição do Templo de Jerusalém, que serve de sobreaviso para as tribulações que virão e o futuro da comunidade cristã dentro da história e diante da vinda do Filho do Homem. A vinda do Filho do Homem é salvação e julgamento. Salvação para os que estão lutando pelo projeto de Deus e julgamento para os que estão contra.

A intenção básica do capítulo não é descrever o futuro, fazer previsões, mas preparar a comunidade para o presente, numa vigilância ativa.

Aqui a linguagem é rigorosamente apocalíptica. Com esses prodígios cósmicos, o autor quer mostrar, como é costume na apocalíptica, as poderosas intervenções de Deus na história, que no nosso caso se trata da vinda do Filho do Homem, como Salvador e Juiz, que será precedida por estes sinais cósmicos. Não é para assustar. Pelo contrário, o anúncio da intervenção salvífica de Deus só pode animar, encorajar e fortalecer a esperança dos eleitos. O v. 26 falando da vinda do Filho do Homem entre nuvens, com poder e glória se inspira em Dn 7, 13-14, que traz forte conotação de julgamento. O v. 27 alude claramente à salvação dos eleitos. Assim, a vinda do Filho do Homem é julgamento para os que se opõem ao projeto de Deus e salvação para todos os que aderem a ele.

Aqui temos a parábola da figueira. A pergunta dos discípulos no v. 4 sobre quando estas coisas vão acontecer é abordada aqui. A parábola da figueira traz dois ensinamentos: afirma a presença do Reino na vida da comunidade, através dos acontecimentos e conflitos da história e, ao mesmo tempo, a proximidade do fim enquanto salvação para os eleitos. O v. 3: “Em verdade vos digo que esta geração não passará até que tudo isto aconteça” é uma referência direta à destruição de Jerusalém e à queda do Templo, pergunta feita pelos discípulos no v. 4. Isto aconteceu no ano 70 d.C., ainda dentro da primeira geração cristã.

O v. 32 (“daquele dia e daquela hora ninguém sabe, nem os anjos no céu, nem o Filho, somente o Pai”), ultrapassa os sinais anunciados do fim e se refere à vinda do Filho do Homem. Jesus exclui claramente qualquer especulação quanto à DATA, com termos extremamente fortes dizendo que NINGUÉM SABE, NEM OS ANJOS NO CÉU, NEM O FILHO, SOMENTE O PAI. Muitas religiões já tentaram prever a data da vinda de Jesus.

Dizem que hoje está acontecendo exatamente o que Jesus falou: (guerras, pestes, AIDS, terremotos, fome, etc.), por isso Jesus está chegando. A estes iletrados pedimos que leiam mais atentamente o capítulo 13 de Marcos, v. 7 “é preciso que estas coisas aconteçam, MAS AINDA NÃO É O FIM”. V. 8 “… Isto é o princípio das dores do parto”. De modo especial os claríssimos vv.32-33. A tônica do capítulo 13 é uma admoestação à vigilância quanto ao presente, quanto ao hoje da história. A palavra chave é “vigiar” (v. 5 = “atenção”; v. 9 = “ficai de sobreaviso”; v. 23 “ficai atentos”; v. 33 “atenção e vigiai, pois não sabeis quando será o momento”; v. 35 = “vigiai”; v. 37 “e o que vos digo, digo a todos: vigiai”. E o que significa “vigiar?” Não se trata de acomodação, espera passiva ou especulação, mas engajamento, atividade, exercício apostólico e missionário, trabalho concreto para a realização do projeto de Deus.

Senhor Jesus, que eu me deixe guiar por tuas palavras, e me mantenha vigilante, na caridade, à tua espera.

Fonte: Canção Nova.

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