Jailton de Carvalho - O Globo; Agência Brasil
BRASÍLIA - O sistema de controle de armas nos estados é precário ou até calamitoso, segundo levantamento da ONG Viva Rio em parceria com a Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados.
O ranking leva em conta a apreensão de armas ilegais, as armas recolhidas em campanhas de desarmamento, as armas recadastradas e a qualidade das informações que os estados têm sobre as armas que circulam em seu território. (Confira o ranking)
Segundo o estudo, estão em piores condições os sistemas de controle do Amapá, Sergipe, Rondônia, Amazonas e Santa Catarina.
Nos estados mais populosos, o quadro mais dramático, de acordo com o estudo, é o de Minas Gerais. (Você acha que o controle de armas diminui a violência?)
Entre as unidades da federação, a situação é considerada melhor, mas longe do ideal, no Distrito Federal, usado como ponto de referência (100%), Rio de Janeiro (95,5%), São Paulo (93,4%), Pernambuco (91,6%), Tocantins (88%) e Espírito Santo (83,3%).
- Os governadores não dão prioridade à questão (controle de armas). Não tem consciência que a falta de controle de armas está associada à violência urbana - disse Antônio Rangel, um dos coordenadores da pesquisa.
Segundo ele, ainda predomina no país a visão antiga de que arma é um instrumento importante para defender a família. Mas o levantamento indica que a arma é um instrumento mais utilizado no crime organizado do que para a defesa do cidadão comum.
Nos estados onde a situação é considerada melhor, os governadores criaram sistemas de recolhimento e informações de armas de fogo. No Rio de Janeiro, segundo Rangel, está sendo implantado um sistema pioneiro, por meio digital, para o controle de saída de armas e munições dos quartéis da Polícia Militar.
- Essa pesquisa está sendo divulgada agora para pressionar os governadores a mandar informações - afirmou o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), que preside a Subcomissão de Armas e Munições da Comissão de Segurança da Câmara.
Na pesquisa, foram analisadas 238.311 armas recolhidas em alguns estados desde o início da década de 90. O ranking leva em conta a apreensão de armas ilegais, as armas recolhidas em campanhas de desarmamento, as armas recadastradas e a qualidade das informações dos estados sobre armas de fogo. A pesquisa também contou com apoio da Secretaria Nacional de Segurança do Ministério da Justiça.
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