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Na liberdade que temos, damos o exemplo e não seguimos as más inclinações deste mundo

“Jesus perguntou: ‘Simão, que te parece: Os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem: dos filhos ou dos estranhos? Pedro respondeu: ‘Dos estranhos!’ Então Jesus disse: ‘Logo os filhos são livres’” (Mateus 17, 25-26).

sábado, 20 de março de 2010

Policiais do Bope do Rio fazem curso com a PM da Paraíba.

17/03/2010 – 15:21

Policiais da PF e oficiais do DF, RN e PE fizeram aulas nesta quarta-feira.
Corporação paraibana tem 100% de aproveitamento em casos com refém.

Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Rio de Janeiro participaram de um curso de gerenciamento de crise com refém ministrado pela Polícia Militar da Paraíba, em João Pessoa, nesta quarta-feira (17). Ao todo, 22 homens se dividem em uma sala de aula com treinamento psicológico e operacional. A corporação do Nordeste foi escolhida como referência por ter aproveitamento de 100% em ocorrências com reféns desde 1996, quando o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) foi criado no estado.

O curso começou na semana passada e teve requintes de realidade quando a eficiência da corporação paraibana foi colocada à prova. Na noite de quinta-feira (11), uma ocorrência envolvendo reféns durante um assalto a ônibus serviu de exemplo para mostrar como age a Polícia Militar da Paraíba. (leia mais abaixo)

Além do sargento Alex Rocha e do capitão Ivan Blaz, do Bope do Rio de Janeiro, o curso conta com a participação de outros 20 policiais civis, federais e rodoviários federais do Distrito Federal, Rio Grande do Norte e de Pernambuco. O responsável pelas aulas é o major Onivan Elias de Oliveira, um dos idealizadores do Gate paraibano, corporação que comandou por cinco anos.

COMO FUNCIONA A NEGOCIAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DA PARAÍBA

1ª ETAPA
Após o isolamento da área, o negociador tenta ganhar tempo para garantir a integridade da vítima e do criminoso. A negociação se inicia de forma indireta, mas a preferência é um diálogo olho no olho.

2ª ETAPA
Atendimento das exigências, mas sempre tentando abrandar ou diminuir o volume de pedidos. Em caso de mais de uma vítima, o cumprimento da exigência tem o objetivo a libertação de um refém ou entrega de parte da munição.

3ª ETAPA
Trabalho psicológico com conversa sobre família (pais, filhos, mulher), sobre futuro de vida, além de assuntos que tranquilizem o criminoso, minimizando a possibilidade de alguma agressão contra o refém.

4ª ETAPA
Quando o criminoso concorda em se entregar, é iniciada uma conversa que mostre ao criminoso que ele terá garantia de vida e que será tratado dentro da lei, sem violência e que será protegido de possíveis retaliações da população local.

5ª ETAPA
Após a liberação do refém, a polícia faz uma revista pessoal no criminoso e no refém para se certificar de que as posições não foram trocadas. Interrogatório é feito para dar garantias sobre a identificação de cada um.

"O curso tem duração de 60 horas/aula e trata, além dos casos envolvendo reféns, de rebeliões no sistema penitenciário, técnicas de negociação, radiografia de sequestros e psicologia policial. Além disso, o curso serve de intercâmbio para trocarmos experiências das mais diversas", disse Oliveira.

Ele afirmou ainda que a característica geográfica de cada estado faz com que a ação policial seja diferenciada. "Aqui na Paraíba temos mais envolvimento com ocorrências de reintegração de posse, que demandam uma longa negociação e, em casos mais pontuais, até com reféns."

Rio de Janeiro x Paraíba

O chefe do grupo de negociação do Bope do Rio, capitão Ivan Blaz, disse ao G1 que os índices de criminalidade na Paraíba são menores do que no Rio de Janeiro e que o tipo de armamento usado pelos criminosos é bem diferente também. Ele ressaltou a importância da troca de experiências entre as corporações do país. "Fazemos cursos na Europa, Estados Unidos e na América Latina, mas conhecer o trabalho na Paraíba foi muito importante por ter uma característica típíca."

Blaz também falou sobre as diferenças geográficas discutidas no curso pelos policiais do Distrito Federal, do Rio Grande do Norte e de Pernambuco. "Cada lugar tem sua peculiaridade. Na Paraíba, os casos com reféns se originam de roubos frustrados e reintegração de posse. No Rio de Janeiro, lidamos com conflitos entre narcotraficantes armados de fuzis e granadas, mas isso não quer dizer que a gravidade dos casos na Paraíba seja menor. O criminoso pode fazer um grande estrago com uma simples faca."

Blaz afirmou ainda que o Bope foi criado em 1978 e que uma divisão específica para atuar em negociação com criminosos com reféns foi desenvolvida em 2001. "Desde então, apenas policiais da Unidade de Intervenção Tática (UIT) atuam em casos com reféns. Já libertamos 270 vítimas com solução pacífica, sem morte de refém ou de criminoso."

Major Oliveira disse que a corporação paraibana não tem estatísticas específicas sobre o número de ocorrências atendidas com tomada de reféns no estado, mas garante que nunca houve registro de mortes na solução dos casos. "Estamos trabalhando nesta questão científica. Me lembro de pelo menos 50 casos solucionados de forma positiva desde 1996."

"No Rio de Janeiro, o que mais se parece com ações de reintegração de posse são as intervenções que temos de fazer em áreas dominadas por traficantes armados, que tomaram uma determinada região antes controlada por um grupo rival", disse o capitão Blaz.

Caso mais recente na Paraíba

Cerca de 30 passageiros de um ônibus foram feitos reféns durante um assalto ocorrido na noite de quinta-feira (11), em João Pessoa.

A negociação foi feita pelo Major Sousa Neto durante cerca de uma hora. Atiradores de elite foram acionados e posicionados depois que um dos dois ladrões atirou contra os policiais. Ninguém ficou ferido e a dupla de assaltantes se rendeu.

Fonte: G1.

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