Deus dá liberdade aos Seus filho

Na liberdade que temos, damos o exemplo e não seguimos as más inclinações deste mundo

“Jesus perguntou: ‘Simão, que te parece: Os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem: dos filhos ou dos estranhos? Pedro respondeu: ‘Dos estranhos!’ Então Jesus disse: ‘Logo os filhos são livres’” (Mateus 17, 25-26).

domingo, 22 de agosto de 2010

A salvação é para todos que querem. A porta estreita, o que é? - Lc 13,22-30.

Preaparação para a Leitura Orante

Preparo-me para a Leitura Orante, rezando com todos os que se encontram neste espaço de oração:

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo.

Trindade Santíssima

- Pai, Filho, Espírito Santo - presente e agindo na Igreja e na profundidade do meu ser.

Eu vos adoro, amo e agradeço.

Leitura Orante

Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando na sua viagem para Jerusalém. Alguém perguntou:

- Senhor, são poucos os que vão ser salvos?

Jesus respondeu:

- Façam tudo para entrar pela porta estreita. Pois eu afirmo a vocês que muitos vão querer entrar, mas não poderão.

- O dono da casa vai se levantar e fechar a porta. Então vocês ficarão do lado de fora, batendo na porta e dizendo: "Senhor, nos deixe entrar!" E ele responderá: "Não sei de onde são vocês." Aí vocês dirão: "Nós comemos e bebemos com o senhor. O senhor ensinou na nossa cidade." Mas ele responderá: "Não sei de onde são vocês. Afastem-se de mim, vocês que só fazem o mal." Quando vocês virem Abraão, Isaque, Jacó e todos os profetas no Reino de Deus e vocês estiverem do lado de fora, então haverá choro e ranger de dentes de desespero. Muitos virão do Leste e do Oeste, do Norte e do Sul e vão sentar-se à mesa no Reino de Deus. E os que agora são os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos.

O que diz o texto do dia?

Leio atentamente o texto: Lc 13,22-30 - A porta estreita

A vida cristã não é possível para pessoas acomodadas e medíocres. É exigente. Jesus diz\ isto quando nos fala da porta estreita como caminho para a vida.

Porta estreita é renunciar a algo que me parece prazeroso, mas de consequências negativas que podem prejudicar a mim ou a outras pessoas.

Porta estreita pode ser fechar-me a propostas fascinantes mas que não são transparentes, ocultando corrupção, desvios, más intenções.

Porta estreita pode ser renunciar a querer apenas me beneficiar, excluindo outras pessoas de participar de bens que Deus concedeu a todos.

Porta estreita é manter-me em silêncio para não criticar nem julgar as pessoas com quem convivo.

Jesus não fala de uma grande avenida. Ele próprio é o Caminho. Olhemos para sua prática e aprenderemos por onde devemos passar. Não mudemos de Caminho para não corrermos o risco de perder o endereço e assim, também nós nos perdermos. Nem nos deixemos fascinar pelas portas amplas e escancaradas. Elas podem ser atraentes, mas nos conduzir ao engano e não, a Deus.

O que o texto diz para mim, hoje?

Fala-me Jesus de atitudes cristãs que deve assumir qualquer pessoa que é batizada, entre elas, eu. Nada de mediocridade. Seguir Jesus Cristo implica também a cruz. Os bispos, na V Conferência disseram: "Hoje se considera escolher entre caminhos que conduzem à vida ou caminhos que conduzem à morte (cf. Dt 30.15). Caminhos de morte são os que levam a dilapidar os bens que recebemos de Deus através daqueles que nos precederam na fé. São caminhos que traçam uma cultura sem Deus e sem seus mandamentos ou inclusive contra Deus, animada pelos ídolos do poder, da riqueza e do prazer efêmero, a qual termina sendo uma cultura contra o ser humano e contra o bem dos povos latino-americanos. Os caminhos de vida verdadeira e plena para todos, caminhos de vida eterna, são aqueles abertos pela fé que conduzem à "plenitude de vida que Cristo nos trouxe: com esta vida divina, também se desenvolve em plenitude a existência humana, em sua dimensão pessoal, familiar, social e cultural". Essa é a vida que Deus nos participa por seu amor gratuito, porque "é o amor que dá a vida". Estes caminhos frutificam nos dons de verdade e de amor que nos foram dados em Cristo, na comunhão dos discípulos e missionários do Senhor" (DAp 13).

O que o texto me leva a dizer a Deus?

Rezo, espontaneamente, e, se for pela manhã, faço a:

Oração da manhã

Senhor, nós te agradecemos por este dia.

Abrimos nossas portas e janelas para que tu possas Entrar com tua luz.

Queremos que tu Senhor, definas os contornos de Nossos caminhos, As cores de nossas palavras e gestos, A dimensão de nossos projetos, O calor de nossos relacionamentos e o Rumo de nossa vida.

Podes entrar, Senhor em nossas famílias.

Precisamos do ar puro de tua verdade.

Precisamos de tua mão libertadora para abrir Compartimentos fechados.

Precisamos de tua beleza para amenizar Nossa dureza.

Precisamos de tua paz para nossos conflitos.

Precisamos de teu contato para curar feridas.

Precisamos, sobretudo, Senhor, de tua presença Para aprendermos a partilhar e abençoar!

Qual meu novo olhar a partir da Palavra?

Meu novo olhar é atento aos ensinamentos de Jesus, à discernir e escolher entre as portas largas e a porta estreita.

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.

- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.

- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.

- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

COMENTÁRIO 1

O texto deste Evangelho é formado por uma composição articulada de fragmentos de parábolas que são encontrados dispersos em Mateus. Não está em foco o aspecto atraente e grandioso do Reino, mas sim as dificuldades enfrentadas para nele entrar. Esforçai-vos por entrar pela porta estreita.

Jesus, com seus discípulos, está a caminho de Jerusalém, após exercer seu ministério na Galileia e nos territórios gentios vizinhos. Agora está decidido a fazer seu anúncio em Jerusalém, centro religioso e político do Judaísmo, mesmo sabendo que está ameaçado de morte. Ele escolheu a festa da Páscoa judaica, quando se reúnem enormes multidões de peregrinos na cidade.

A caminho, Jesus continua seu ensino aos discípulos, os quais, com sua formação tradicional, tinham grande dificuldade de compreender a Boa-Nova humilde e libertadora de Jesus. Alguém pergunta a Jesus se são poucos os que se salvam. Esta era uma questão em debate nos meios rabínicos, em que prevalecia a compreensão de que todo o povo de Israel, enquanto filhos de Abraão, se salvaria, enquanto as nações gentias seriam destruídas e condenadas. Foi contra esta visão elitista que se levantou João Batista, quando disse aos fariseus e saduceus que eles não se sentissem seguros em proclamar que tinham Abraão por pai.

O que importa para Deus são os frutos de justiça e de amor, que conduzem à comunhão de vida universal, sem barreiras ou exclusivismos. A entrada no Reino se faz pela "porta estreita". O coração de Jesus não é uma porta estreita, mas, sim, ampla, aberta para acolher os que estão abatidos e oferecer-lhes um jugo leve e suave. A estreiteza da porta é a dificuldade dos judeus em se desapegarem de sua segurança na Lei, da sua tradição racial e, as elites, das suas riquezas. Israel, não entrando nesta porta, ficará de fora, enquanto os povos do ocidente e do oriente tomarão lugar à mesa no Reino de Deus.

O profeta Isaías já anunciara o chamado de Deus a todos os povos (primeira leitura). É pela conversão, produzindo frutos de justiça e paz (segunda leitura), que se faz a inserção no Reino.

Autor: José Raimundo Oliva.

COMENTÁRIO 2

O Evangelho deste final de semana nos mostra, por intermédio de São Lucas, Jesus percorrendo cidades e povoados, ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém. Aliás, esta é uma marca significante no Evangelho de Lucas: Cristo está em constante movimento, caminhando para Jerusalém, ou seja, o Senhor tem uma meta clara: Jerusalém, pois é ali que entregará a vida em resgate de todos nós.

Alguém no meio do povo questiona Jesus; interessante é que Lucas não diz o nome da pessoa, pois esta pessoa é você, sou eu, ou seja, esta pessoa que pergunta a Jesus é o anseio da alma de cada um de nós; daí a pergunta: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?”

O grande milagre da salvação, em si, não é difícil ou reservado a algumas pessoas. Não! O milagre da salvação foi conquistado por Cristo para toda a humanidade, sem distinção de ninguém. Para dizer que, no que depender de Deus, não seremos salvos, pois já o fomos [salvos] pela morte d’Ele na Cruz. A salvação já aconteceu, meus irmãos!

Contudo, entretanto, sendo assim, é preciso que urgentemente venhamos a entender uma coisa que é fundamental para a nossa salvação: o milagre da salvação é uma via de mão dupla, ou seja, Deus já fez a Sua parte; cabe a nós fazermos a nossa.

Com o evento Cristo – Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição – o pecado e a morte não possuem mais a última palavra na nossa vida; quem dá a última palavra na nossa vida é Jesus Cristo. E esta palavra nada mais é que: salvação! Para dizer que tudo concorre para a nossa salvação; em Deus, já estamos salvos. Mas, como a salvação é uma via de mão dupla – repito: precisamos fazer a nossa parte.

Precisamos fazer a nossa parte no milagre da salvação! Aí “aperta o sapato”, como diz o ditado. Por quê? Porque – me desculpe e permita-me falar – estamos acostumados a receber tudo pronto, sem esforço. Estamos nos acostumando com uma vida medíocre, fraca, sem luta, sem esforço, vivendo cada vez mais do mínimo esforço possível. Aí está a grande dificuldade da salvação, ou seja, em nós mesmos, pois não queremos tomar a vida das mãos e viver de acordo com o Evangelho; aliás, não queremos adequar a nossa vida ao Evangelho, mas sim, queremos adequá-lo à nossa mediocridade de vida.

Salvação é luta, é esforço, é garra e combate! É ter a coragem de querer recomeçar a cada novo dia, a cada instante; isso só é possível para pessoa de garra e não para pessoa medíocre. Desculpe a franqueza!

Por isso é tão difícil a salvação: porque não queremos nada disso, muitas e muitas vezes, e depois dizemos  que Deus e Sua Igreja dificultam as coisas. Tomemos consciência!

No que consiste a nossa parte no milagre da salvação? Consiste em vivermos de acordo com o Evangelho; em criarmos uma sociedade mais justa e solidária (também com o nosso voto: jamais votando naquelas pessoas que são a favor do aborto, contra a vida, mesmo quando a desculpa é o fator da saúde pública),  em nos doando aos outros, gastando a nossa vida pelos irmãos, a começar por aqueles que mais próximos de nós se encontram; e em sermos modelos das virtudes e dos valores com uma vida fundamentada na Palavra de Deus e na Eucaristia.

Padre Pacheco - Comunidade Canção Nova.

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