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sábado, 21 de agosto de 2010

DF consome 2t por ano de cocaína.

07/08/2010 - 07:00

Projeto da Polícia Federal revela a quantidade do entorpecente usada pela população ao analisar o esgoto de seis estações de tratamento. Samambaia lidera o ranking, com 512 quilos

Mariana Sacramento

Para a Polícia Federal, informações sobre o uso e a venda de drogas ilícitas no Brasil podem estar descendo pelo ralo. Pela análise do esgoto, especialistas calcularam que duas toneladas de cocaína — o que inclui subprodutos como o crack — são consumidas anualmente no Distrito Federal. Uma média de 7 doses (0,7 grama) por habitante. O projeto-piloto, chamado de Quantox (Quantificação de Analitos Tóxicos), é inédito no Brasil e foi desenvolvido pelo Serviço de Perícias em Laboratório da PF em conjunto com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Universidade de Brasília (UnB) e a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb).

O trabalho consistiu em retirar amostras de esgoto de seis Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) do DF (que correspondem a 72% da população do DF). Com ajuda de um equipamento chamado cromatógrafo líquido, foi possível identificar e quantificar substâncias como a cocaína e a benzoilecgonina (cocaína depois de metabolizada pelo organismo e expelida pela urina) no material recolhido. As coletas foram feitas em março e junho deste ano. A análise laboratorial identificou maior concentração dessas substâncias na estação de esgoto de Samambaia. A estimativa é de que na cidade sejam consumidos 512 quilos da droga por ano (35% do total), o que representa uma média anual de 27 doses do entorpecente para cada morador. Quantidade aproximadamente quatro vezes superior à média do DF. Em segundo lugar no ranking está a ETE de Melchior (que trata o esgoto das cidades de Ceilândia e Taguatinga), com 397 quilos (27%) e, em terceiro, a estação Sul, com 304 quilos (21%).

De acordo com o chefe do Serviço de Perícias em Laboratório da PF, Adriano Madaner, o objetivo do projeto é fornecer estimativas científicas e rápidas para produção de medidas preventivas e repressivas de combate ao uso de drogas. “A grande vantagem é obter uma informação técnica, rápida e democrática, porque analisa o esgoto de todo mundo. Quanto mais indicadores tivermos, melhor para orientar políticas de saúde, educação, segurança e investigação.”

A exemplo da análise da cocaína e da benzoilecgonina, outras substâncias toxicológicas podem ser quantificadas com a ajuda do esgoto. O desenvolvimento do projeto fornecerá subsídios para que a PF avalie a quantidade de drogas apreendidas em cada região. “Em 2009, somente a PF apreendeu 350 quilos de cocaína no DF. Com a estimativa de consumo, podemos mensurar se isso é pouco ou muito.”

A continuação do novo projeto da PF ainda não é certo, uma vez que implica custos e alocação de recursos humanos. A estrutura exige investimento de R$ 2 milhões.

Liderança

A liderança de Samambaia na lista de consumo de drogas surpreendeu o delegado-chefe da 26ª Delegacia de Polícia, Mauro Aguiar. “Esse método não reflete a realidade. Muitas quadras de Samambaia não contam nem com rede de esgoto. Além disso, a estação de tratamento da cidade abriga resíduos de Recantos das Emas, Riacho Fundo, Santa Maria, Taguatinga Norte e parte de Ceilândia”, argumenta Aguiar.

"A grande vantagem é obter uma informação técnica, rápida e democrática, porque analisa o esgoto de todo mundo. Quanto mais indicadores tivermos, melhor para orientar políticas de saúde, educação, segurança e investigação"

Adriano Madaner, chefe do Serviço de Perícias em Laboratório da PF

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Fonte: Correio Braziliense.

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