20/05/2009 -18:38
Reportagem especial
Saiba como as drogas atravessam grande parte do estado e chegam a São Luís e em quais bairros estão concentrados os principais pontos de distribuição
Michel Sousa
O Imparcial Online
A droga que se espalha por São Luís chega primeiro à segunda maior cidade do estado: Imperatriz. A constatação é do Departamento de Investigação sobre Narcóticos (Denarc) que traçou a rota do tráfico no Maranhão, tema da segunda reportagem da série "Mundo de Ilusão", sobre tráfico e consumo de entorpecentes em São Luís.
O produto ilegal vem de dois estados: Mato Grosso e Tocantins. Para passar despercebido, os traficantes aproveitam a pouca fiscalização nas vias e também a boa vontade de agentes corruptos, que deixam a droga passar em troca de propina. Do Tocantins, usam também aeroportos clandestinos até chegar ao sul do Maranhão.
De Imperatriz a São Luís, as drogas percorrem diversos trajetos. Por ar, mar ou terra. Quando utilizam as rodovias, costumam seguir pela BR-010, desviar para a BR-222 e seguir pela BR-135 até São Luís. Por elas, passam pelos municípios de Buriticupu, Santa Luzia, Santa Inês, Vitória do Mearim, Arari, Miranda do Norte e Santa Rita e, finalmente, São Luís.
Quando não usam as estradas, estão nos Ferrys Boats. Atravessam rios e passam por São João dos Patos, depois Barra do Corda, chegando a Barreirinhas e desembarcando na capital. Além das rotas marítimas tradicionais, traficantes utilizam também pequenas embarcações particulares em portos clandestinos.
Ao chegar a São Luís, a droga é distribuída para as chamadas "bocas de fumo". As principais, estão no Barreto, Jordoa, Anjo da Guarda, Vila Embratel, Izabel Cafeteira (Cohab), Bairro de Fátima e Aldeia. Este último, apesar da predominância da venda de merla, tem adquirido essas novas substâncias com muita freqüência. Todos eles investem na diversidade do tráfico. Por lá, pode-se encontrar cocaína, merla, maconha, crack e extase.
Falta ação adequada, diz Denarc
Segundo o Denarc, o aumento do tráfico de drogas em São Luís e no interior é consequência da falta de uma ação conjunta entre a Polícia Federal (PF) e as Polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal (PRF). O Denarc revela ainda que hoje a lucratividade na venda de cocaína, crack e êxtase aumenta o interesse de traficantes locais e a necessidade de maior fiscalização. Elas tem sido importadas da Bolívia e do Peru e aqui desembarcam de avião em aeroportos clandestinos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário