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“Jesus perguntou: ‘Simão, que te parece: Os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem: dos filhos ou dos estranhos? Pedro respondeu: ‘Dos estranhos!’ Então Jesus disse: ‘Logo os filhos são livres’” (Mateus 17, 25-26).

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Governo de SP amplia "bico oficial" de policiais militares.

07/10/2010 – 04:16

O governo de São Paulo vai ampliar a contratação de policiais militares nos chamados "bicos oficiais", quando os policiais trabalham em seu horário de folga para o próprio poder público. O objetivo é criar "bolsões de segurança" em várias regiões da capital e do interior, com o reforço do policiamento.

Hoje 14 regiões da cidade, entre elas a 25 de Março e a avenida Paulista, tiveram o policiamento reforçado. Até o final do ano, serão 20.

A Secretaria da Segurança Pública afirma que, por conta da chamada "atividade delegada", o total de furtos caiu até 70% em algumas regiões, caso da 25 de Março.

Por regra, um PM trabalha 12 horas seguidas e folga 36 -salário inicial de R$ 1.800. No "bico oficial", pode trabalhar até 96 horas por mês, ganhando R$ 1.200 a mais.

A "atividade delegada" foi implantada em dezembro na 25 de Março após acordo entre governo e prefeitura, que paga o salário dos PMs. A justificativa inicial era que os PMs iriam combater os camelôs irregulares. Essa atividade é, em tese, função da Guarda Civil Metropolitana.

O convênio foi estendido a outros 13 locais. São empregados diariamente 1.270 PMs. Até o final do ano, deverão ser 2.512.

De acordo com o coordenador das subprefeituras, Ronaldo Camargo, para 2011, a prefeitura pretende ampliar esse efetivo para 5.000 policiais e atender 31 subprefeituras. "Esse é praticamente todo o efetivo da Guarda Municipal em São Paulo."

O Orçamento para o convênio passa de R$ 36 milhões iniciais para R$ 100 milhões.

Prefeitura e PM citam como ponto positivo da parceria o fato de empregar no "bico oficial" PMs que, provavelmente, estariam fazendo bicos irregulares, em risco.

No "bico oficial", eles usam farda e armas da PM e são considerados como se estivessem de serviço. Isso garante, por exemplo, o pagamento do seguro à família do PM em caso de morte, o que não ocorre no bico irregular.

Só neste ano, 33 PMs foram mortos no Estado no horário de folga e, parte deles, morreu no bico irregular.

Entre eles está o PM Marcelo Júnior Rodrigues, 40, baleado durante um assalto anteontem a uma casa de câmbio na avenida Paulista.

Carlos Augusto Souza Silva, 45, presidente do Sindicato dos Guardas Civis Metropolitanos, entidade com 3.500 sócios, diz que a categoria é contra o convênio entre PM e Prefeitura de SP.

"A prefeitura deveria primeiro investir na guarda", disse Silva, especialista em segurança formado pela PUC-SP.

Segundo ele, um guarda em início de carreira recebe, em média, R$ 950.

Fonte: Folha de São Paulo.

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