03/08/2010
O ex-governador de São Paulo e atual candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, defendeu ontem a política de segurança em São Paulo, afirmou que há uma "tendência decrescente do crime" no Estado e creditou o avanço a gestões anteriores do PSDB. "Os dados recentes de segurança em São Paulo mostram a continuidade da melhoria das condições de segurança, que começou no fim da década passada com Covas [Mário Covas, ex-governador], prosseguiu de maneira firme e impressionante com Alckmin [Geraldo Alckmin, ex-governador e candidato ao posto nestas eleições] e que mantivemos no nosso governo", disse.
Serra acrescentou que a política estadual para a área é caracterizada por "firmeza na repressão dura ao crime" e respeito aos direitos humanos.
As declarações de Serra foram uma reação às críticas feitas à política de segurança de São Paulo, onde, no fim de semana, a sede da Rondas Tobias de Aguiar (Rota), espécie de tropa de elite da Polícia Militar paulista, foi atacada e o chefe da corporação, tenente-coronel Paulo Adriano Lopes Telhada, 48, sofreu um atentado.
A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, disse ontem em Jundiaí que o Estado de São Paulo passa por "problemas de descontrole" na área da segurança pública. "Se você observar, [mesmo] Estados como o de São Paulo, que tem 20 anos do mesmo governo e que é o mais rico da Federação, paga um dos piores pisos salariais do país para os policiais", disse a candidata. "Nós temos problema de descontrole da segurança, como nós vimos aqui no Estado."
O Estado é governado pelo PSDB há quatro gestões.
A candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, lamentou os ataques em São Paulo. Ela sugeriu que há falhas na política carcerária do Estado, base do adversário tucano José Serra, ao usar o Rio como exemplo. E disse que o exemplo do que foi feito no Rio deveria ser seguido em outros Estados. Não só com as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) que desarmam o tráfico nas favelas, segundo Dilma, mas também com a transferência de presos para penitenciárias de segurança máxima. "Assim você impede que o crime organizado se comunique".
O candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, criticou as administrações tucanas no governo paulista após os dois ataques contra a Rota.
O petista sugeriu uma relação dos episódios com a facção criminosa PCC ao dizer que a criminalidade aumentou por falta de controle nos presídios. "É evidente que em São Paulo o governo perdeu o controle do sistema prisional e foi de dentro dos presídios que essas facções criminosas se organizaram e têm mostrado sua força", disse Mercadante.
Ele defendeu o monitoramente eletrônico dos presos que sairão durante o indulto do Dia dos Pais. "Daria muito mais segurança à sociedade e aos presos, que não teriam que cumprir tarefas impostas por essas facções."
No domingo, o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, disse que os ataques são uma reação ao trabalho da polícia: "Certamente isso é uma reação à ação da polícia. E o que tem que fazer não é retroagir, não é voltar atrás um milímetro. É ter firmeza no trabalho. Temos uma polícia extremamente ativa, e ela vai descobrir esses criminosos e vai prendê-los."
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