Recurso de tablet permite que policiais vejam ocorrências em tempo real e em movimento
Gabriel Mestieri, do R7
Policial opera equipamento em viatura da capital
Já presentes em 4.000 viaturas, os tablets - computadores de mão em forma de prancheta – que a Polícia Militar de São Paulo instala desde abril em sua frota, ganhou uma nova função: no navegador do aparelho, os policiais começaram a ver, em tempo real e em movimento, outras viaturas e ocorrências em andamento.
Chamadas pela PM de “pontos de interesse dinâmicos”, as informações desse “GPS especial” passaram a se juntar a outras que o aparelho já fornecia, como acesso a bases de dados cadastrais e criminais de pessoas e veículos.
O R7 andou em uma das 4.000 viaturas que têm o tablet instalado e conferiu que os policiais, ao digitar o número de identidade de uma pessoa, conseguem ver em poucos segundos a filiação, características físicas e se há mandados de prisão contra ela. Já com a placa de um veículo, é possível consultar em instantes a cor, o modelo, saber se ele é roubado e se pagou o licenciamento.
Antes da instalação dos tablets, esses dados tinham que ser pedidos via rádio para a central da Polícia Militar. Como o número de operadores dessa central é limitado, muitas vezes esperavam para receber as respostas, afirma o tenente-coronel Marcos Mungo, chefe do Centro de Processamento de Dados da PM.
Segundo ele, os recursos do tablet farão com que o trabalho policial “diminua o tempo de resposta” e “aumente o nível de qualidade na patrulha”.
- Na medida em que o policial tem informação na mão, ele não precisa depender de outro participante no processo, que seria essa central de operações. [Se] ele não precisa de mais nenhum outro participante, ele tem condições de reagir num menor espaço de tempo e solucionar os problemas, as ocorrências, também com mais agilidade.
Outro benefício trazido pelos tablets, segundo Mungo, é a diminuição da papelada que a PM produz a cada ocorrência, como formulários e relatórios. Com os tablets, diz ele, grande parte desses dados é digitada e já fica disponível no sistema informatizado da polícia.
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2012
De acordo com o tenente-coronel, todas as 11 mil viaturas do Estado terão os aparelhos até janeiro de 2012. Até agora, os computadores foram instalados em 4.000 carros da capital e da região metropolitana de São Paulo.
Mungo conta que o custo de cada aparelho – incluindo instalação e manutenção – é de R$ 2.100. A ideia de instalar os tablets, de acordo com ele, surgiu há dois anos. O investimento total foi de R$ 28 milhões.
Além dos tablets, também serão adquiridos pela PM paulista 6.500 TPD (Terminais Portáteis de Dados), modelo "de bolso" do computador de mão, que será carregado por policiais em motocicletas ou cavalaria.
A instalação dos tabletes é elogiada também por especialistas em segurança. Para o ex-secretário nacional de Segurança Pública e consultor coronel José Vicente da Silva Filho, o recurso é “revolucionário” por permitir a comunicação online do policial com os bancos de dados das polícias.
- Um grande fator de redução do crime é eficiência e capacidade de reagir diretamente à ação do criminoso.
A especialista em segurança pública do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo, concorda que a instalação dos aparelhos foi uma “medida acertada” do governo. Ela diz, entretanto, que “não é com isso que todos os problemas estarão resolvidos”.
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