Deus dá liberdade aos Seus filho

Na liberdade que temos, damos o exemplo e não seguimos as más inclinações deste mundo

“Jesus perguntou: ‘Simão, que te parece: Os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem: dos filhos ou dos estranhos? Pedro respondeu: ‘Dos estranhos!’ Então Jesus disse: ‘Logo os filhos são livres’” (Mateus 17, 25-26).

domingo, 18 de julho de 2010

Jesus visita Marta e Maria - Lc 10,38-42.

PREPARAÇÃO PARA A LEITURA

Preparo-me para a Leitura Orante,em sintonia com toda as pessoas conectadas para meditar e viver a Palavra, com a oração:

Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho, tu estás em mim, falas em mim, rezas em mim, ages em mim. Ensina-me a fazer espaço à tua palavra, à tua oração, à tua ação em mim para que eu possa conhecer o mistério da vontade do Pai. Amém.

LEITURA ORANTE

Jesus e os seus discípulos continuaram a sua viagem e chegaram a um povoado. Ali uma mulher chamada Marta o recebeu na casa dela. Maria, a sua irmã, sentou-se aos pés do Senhor e ficou ouvindo o que ele ensinava. Marta estava ocupada com todo o trabalho da casa. Então chegou perto de Jesus e perguntou:

- O senhor não se importa que a minha irmã me deixe sozinha com todo este trabalho? Mande que ela venha me ajudar.

Aí o Senhor respondeu:

- Marta, Marta, você está agitada e preocupada com muitas coisas, mas apenas uma é necessária! Maria escolheu a melhor de todas, e esta ninguém vai tomar dela.

O que diz o texto do dia?

Leio atentamente o texto: Lc 10,38-42 e observo pessoas, palavras, relações com Jesus.

Jesus chama a atenção de Marta. Mas ela não foi censurada porque estava trabalhando, mas porque estava "agitada, ansiosa, inquieta por tantas coisas".

Maria é elogiada não por estar sentada, acomodada, mas por estar "à escuta da Palavra".

A escuta da Palavra de Deus deve ter prioridade em relação as nossas ocupações do dia-a-dia.

A preocupação e a correria pelo trabalho, não só causam cansaço e até estresse;mas podem também reduzir nossa atividade a simples barulho, se não houver uma pausa para a escuta da Palavra. Jesus nos quer ensinar que - escuta da Palavra e trabalho - não devem constituir um dualismo. Tanto uma como outra são atividades que nos acompanham e nos sustentam .

O Evangelho de hoje não conclui qual foi a decisão de Marta, após as palavras de Jesus. Provavelmente foi se acalmar aos pés do Mestre. E, no fim deste momento especial, Maria e Marta foram, juntas, preparar a refeição.

O que o texto diz para mim, hoje?

Como me organizo em minhas atividades?

Tenho muitas preocupações e agito-me com muitas coisas como Marta?

Ou, sou capaz de escolher a "melhor parte", à escuta da Palavra? Como Marta implico-me que outras pessoas ficam tranquilas , "sentadas", em oração ou à escuta da Palavra?

Consigo ser uma pessoa ativa e reflexiva, ao mesmo tempo? Os bispos na conferência de Aparecida disseram: "Para ficar parecido verdadeiramente com o Mestre é necessário assumir a centralidade do Mandamento do amor, que Ele quis chamar seu e novo: "Amem-se uns aos outros, como eu os amei" (Jo 15,12). Este amor, com a medida de Jesus, com total dom de si, além de ser o diferencial de cada cristão, não pode deixar de ser a característica de sua Igreja, comunidade discípula de Cristo, cujo testemunho de caridade fraterna será o primeiro e principal anúncio, "todos reconhecerão que sois meus discípulos" (Jo 13,35)." (DAp 138).

O que o texto me leva a dizer a Deus?

Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo:

Espírito vivificador, a ti consagro o meu coração: aumenta em mim o amor a Jesus, Vida da minha vida. Faze-me sentir filho amado do Pai. Amém.

Qual meu novo olhar a partir da Palavra?

Meu novo olhar é hoje direcionado à centralidade do mandamento do amor.

Bênção Bíblica

O Senhor o abençoe e guarde! O Senhor lhe mostre seu rosto brilhante e tenha piedade de você! O Senhor lhe mostre seu rosto e lhe conceda a paz!' (Nm 6,24-27).

COMENTÁRIO

Neste final de semana estamos meditando acerca de uma visita que Jesus faz a seus amigos em Betânia. Betânia é um vilarejo situado na encosta oriental do Monte das Oliveiras e fica a uma distância de 3 km de Jerusalém. É caminho de quem ia de Jerusalém para Jericó e vice-versa. O Senhor,  ao fazer este percurso, sempre ficava na casa de seus amigos em Betânia, casa de Lázaro, Marta e Maria. Ali, descansava e convivia com eles. É numa dessas visitas que acontece o fato apresentado por Lucas no Evangelho deste final de semana.

Cristo sempre tem o desejo e tem o querer estar em comunhão com os Seus amigos.  E quem são  os amigos do Senhor? Cada um de nós, pelo Batismo: “Já não vos chamo mais servos, mas amigos”. Ora, se somos amigos – e o somos – temos de entender que a indiferença é algo totalmente oposto à amizade. Quem é amigo, quem ama, sempre “gastará” (ganhará!) tempo com o outro.

Jesus quer estar com Maria e Marta, mas somente Maria possui a coragem de se assentar aos pés do Mestre para escutá-Lo. Marta está ocupadíssima, mergulhada num ativismo, realidade esta que cega a pessoa no campo espiritual. Marta acha que é amada por Jesus por aquilo que faz; Maria, ao contrário, sabe que é amada por Cristo por aquilo que é, ou seja, é amada por ser filha, amiga. E porque vive uma amizade e uma filiação profunda, escolhe a melhor parte, aquela que jamais lhe será tirada. Tudo nesta vida perderemos; só restará aquilo que tivermos construído com Deus: intimidade, santidade.

Jesus não condena o trabalho de Marta. Aliás, com ela aprendemos que devemos transformar o mundo e a nossa vida a partir de um trabalho sério, profundo e constante. Todavia, este trabalho sempre terá de partir de uma intimidade com o Senhor. Fui chamado para estar com Ele; estando com Ele, em amizade e intimidade, então sim, me ensinará o que devo fazer, como e quando.

O Senhor tem sede da nossa amizade. Ele quer estar conosco naqueles colóquios de intimidade e amor. Por que nos encontramos – como Marta – tão agitados? Porque estamos querendo fazer muito, estamos querendo muito; nada chega; não existe limite para o ter, o poder e o prazer. Nisso, as relações com Deus e com as pessoas que amamos vão desaparecendo cada vez mais. Vamos tendo tudo à nossa volta e cada vez mais vazios vamos ficando por dentro. Aliás, muito precisa fora – ter e se ocupar com coisas inúteis – aquela pessoa que muito pouco possui dentro de si. Agora, quem busca intimidade, amizade e amor com o Senhor nunca precisará de muita coisa para ser feliz, pois quem tem Deus, quem tem a coragem de se sentar aos pés do Mestre – como Maria – tem tudo! Não lhe falta nada. Aí entendemos o salmista quando diz:  “Se o Senhor não construir a nossa casa, em vão trabalharão os construtores”. Para dizer que nada preenche o nosso coração a não ser Deus. Nada!

A Palavra de Deus quer nos ensinar, neste final de semana e sempre, que devemos nos ocupar com o essencial, pois o restante virá por acréscimo. E o que é o essencial? Intimidade, amizade, amor cultivado em Deus. Não nos preocupemos com o que fazer, pois uma intimidade profunda e séria, a exemplo de Maria, sempre nos levará para o serviço concreto.

Padre Pacheco - Comunidade Canção Nova.

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