Deus dá liberdade aos Seus filho

Na liberdade que temos, damos o exemplo e não seguimos as más inclinações deste mundo

“Jesus perguntou: ‘Simão, que te parece: Os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem: dos filhos ou dos estranhos? Pedro respondeu: ‘Dos estranhos!’ Então Jesus disse: ‘Logo os filhos são livres’” (Mateus 17, 25-26).

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Maria assunta ao Céu - Lc 1,39-56.

Preparação para a Leitura Orante

- A todos nós que nos encontramos neste ambiente virtual, paz de Deus, nosso Pai, a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo, no amor e na comunhão do Espírito Santo.

- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

Preparo-me para a Leitura, rezando:

Jesus Mestre, que dissestes:

"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu aí estarei no meio deles", ficai conosco, aqui reunidos, pela grande rede da internet, para melhor meditar e comungar com a vossa Palavra.

Sois o Mestre e a Verdade: iluminai-nos, para que melhor compreendamos as Sagradas Escrituras.

Sois o Guia e o Caminho: fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.

Sois a Vida: transformai nosso coração em terra boa, onde a Palavra de Deus produza frutos abundantes de santidade e missão.

(Bv. Alberione)

Leitura Orante

Alguns dias depois, Maria se aprontou e foi depressa para uma cidade que ficava na região montanhosa da Judéia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se mexeu na barriga dela. Então, cheia do poder do Espírito Santo, Isabel disse bem alto:

- Você é a mais abençoada de todas as mulheres, e a criança que você vai ter é abençoada também! Quem sou eu para que a mãe do meu Senhor venha me visitar?! Quando ouvi você me cumprimentar, a criança ficou alegre e se mexeu dentro da minha barriga. Você é abençoada, pois acredita que vai acontecer o que o Senhor lhe disse.

Então Maria disse:

- A minha alma anuncia a grandeza do Senhor.

O meu espírito está alegre por causa de Deus, o meu Salvador.

Pois ele lembrou de mim, sua humilde serva!

De agora em diante todos vão me chamar de mulher abençoada, porque o Deus Poderoso fez grandes coisas por mim.

O seu nome é santo, e ele mostra a sua bondade a todos os que o temem em todas as gerações.

Deus levanta a sua mão poderosa e derrota os orgulhosos com todos os planos deles.

Derruba dos seus tronos reis poderosos e põe os humildes em altas posições.

Dá fartura aos que têm fome e manda os ricos embora com as mãos vazias.

Ele cumpriu as promessas que fez aos nossos antepassados e ajudou o povo de Israel, seu servo.

Lembrou de mostrar a sua bondade a Abraão e a todos os seus descendentes, para sempre.

Maria ficou mais ou menos três meses com Isabel e depois voltou para casa.

O que diz o texto do dia?

Leio atentamente o texto:

Lc 1,39-56, e observo pessoas, palavras, relações, lugares.

No episódio da Visitação, Maria e Isabel viveram uma experiência inédita de si mesmas, quando uma se abriu para a experiência da outra, para a habitação de Deus na outra.

No momento, elas conseguiram assumir em si a outra pessoa, ou outro projeto de Deus. O sentido último, o sentido teologal da solidariedade, é esta capacidade de hospedar dentro de si uma outra pessoa - qualquer que ela seja -, e no episódio da Visitação tivemos a dilatação máxima do significado da solidariedade, porque as duas mulheres que foram protagonistas da cena estavam grávidas de filhos que, do ponto de vista das possibilidades humanas, eram filhos do impossível. Elas se visitaram enquanto mães. Elas se reconheceram enquanto pessoas amadas e chamadas por Deus. Elas vibraram de alegria e se abençoaram enquanto foram capazes de escutar uma outra voz, capazes de agradecer, e de rezar.

Solidariedade não significa apenas experimentar em si sentimentos positivos genéricos, ou um bem intencionado fazer algo por alguém. Não podemos reduzir o conceito a fatos exteriores, operativos, pois a solidariedade é algo que nasce da escuta interior, e cuja finalidade última é o descobrir-se em Deus, sentir-se na sua presença, sentir-se inserido no seu projeto. Não seria impossível nem impróprio dizer que o último degrau da solidariedade é a oração: não tanto enquanto um ato específico, mas como um estado habitual.

A solidariedade é uma resposta ao chamado de Deus e, de qualquer maneira que ela seja vivida, constitui sempre uma forma ativa de compromisso, é um serviço recíproco. No episódio da Visitação é difícil dizer qual das duas mulheres precisava da outra, qual delas auxiliava e servia a outra. Nós estamos acostumados a dizer que Maria foi ao encontro de Isabel para servi-la: isso por força do hábito, e que empreendeu uma viagem para ver a outra. Mas as dinâmicas desse episódio não são assim tão simples. A obrigação que motivou a visita de Maria a Isabel, segundo nos informou Lucas, não era uma obrigação de caráter material, de serviços práticos, desses auxílios caseiros que Isabel poderia receber sem problema algum por outras vias. Era uma necessidade que elas tinham de se confrontar na fé.

O que o texto diz para mim, hoje?

Convida-me a ser uma pessoa solidária. Recordamos as palavras dos bispos na Conferência de Aparecida: "Agora, desde Aparecida, Maria convida-os a lançar as redes ao mundo, para tirar do anonimato aqueles que estão submersos no esquecimento e aproximá-los da luz da fé. Ela, reunindo os filhos, integra nossos povos ao redor de Jesus Cristo." (DAp 265).

O que o texto me leva a dizer a Deus?

Faço minha oração pessoal e rezo com Maria o seu cântico:

A minha alma anuncia a grandeza do Senhor.

O meu espírito está alegre por causa de Deus, o meu Salvador.

Pois ele lembrou de mim, sua humilde serva!

De agora em diante todos vão me chamar de mulher abençoada, porque o Deus Poderoso fez grandes coisas por mim.

O seu nome é santo, e ele mostra a sua bondade a todos os que o temem em todas as gerações.

Deus levanta a sua mão poderosa e derrota os orgulhosos com todos os planos deles.

Derruba dos seus tronos reis poderosos e põe os humildes em altas posições.

Dá fartura aos que têm fome e manda os ricos embora com as mãos vazias.

Ele cumpriu as promessas que fez aos nossos antepassados e ajudou o povo de Israel, seu servo.

Lembrou de mostrar a sua bondade a Abraão e a todos os seus descendentes, para sempre.

Qual meu novo olhar a partir da Palavra?

Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus e o coração de Maria, reconhecendo as graças que Ele nos concede a cada instante.

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.

- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.

-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.

- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

COMENTÁRIO 1

Quando os evangelistas tratam do relacionamento entre João Batista e Jesus, o fazem em uma perspectiva teológica, no sentido de afirmar a subordinação de João a Jesus. Na realidade, muitos discípulos de João Batista, após sua morte, ficaram à parte do movimento de Jesus, fiéis à figura de João. O realce da submissão de João a Jesus visa atrair estes discípulos para o movimento de Jesus. No episódio da Visitação a supremacia de Jesus sobre João é colocada em evidência desde os ventres maternos. Duas mulheres, mães grávidas, cheias do Espírito Santo, se encontram e se regozijam pelo andamento dos fatos em cumprimento à vontade de Deus. Uma, Maria, esposa de um operário de Nazaré, na Galileia, e outra, Isabel, esposa de um sacerdote do Templo de Jerusalém. Em seus ventres se concretiza o projeto salvífico de Deus. É do ventre feminino que brotam o Precursor e o Filho do homem,

Filho de Deus eterno, que vem comunicar sua vida a todos. Em resposta à saudação de Isabel, Maria pronuncia seu cântico, no qual, com brevidade, apresenta a obra salvífica de Deus, em relação a ela, à humanidade em geral e aos

remanescentes de Israel. Maria exalta a Deus e se alegra porque, nela, em sua humildade, Deus fez coisas grandiosas, concedendo-lhe a maternidade divina. Em sua misericórdia para com os oprimidos, Deus dispensa os ricos poderosos e coloca o mundo nas mãos dos pobres famintos e humildes. E com a mesma misericórdia acolhe, dentre os descendentes de Abraão, os remanescentes fiéis que buscam sinceramente a Deus. Maria manifesta sua fé humilde, consciente e comprometida com a causa dos pobres.

Autor: José Raimundo Oliva

COMENTÁRIO 2

Hoje, dia do Senhor, domingo, quando celebramos a Páscoa dominical da Ressurreição do Senhor, queremos também celebrar a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora. O Papa Pio XII, em 1950, proclama o Dogma da Assunção da Santíssima Virgem Maria, que consiste no seguinte: “Cumprido o curso de sua vida terrena, Maria foi assunta ao Céu em corpo e alma”. Para dizer que: 1º) Maria tem especial participação na Ressurreição do Filho – Ela está unida à glória do Filho; 2º) Ela é a antecipação da sorte dos eleitos – primícias e exemplo da Igreja.

Segundo a Tradição da Igreja, logo após a Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, João a teria levado para morar com ele, assumindo-a como mãe, numa cidade chamada Éfeso; todavia, antes de Maria vir a morrer – entenda-se esta morte não como consequência do pecado, pois Maria não pecou. O termo “dormição” é para dizer de uma morte diferenciada, não como qualquer morte fruto de pecado; a verdade é esta: Maria morreu – João a teria trazido para Jerusalém. Maria morre e é assunta em Jerusalém; pode se dizer que ela tenha sido velada no Monte Sião, em Jerusalém e levada para ser sepultada ao lado do Monte das Oliveiras, túmulo este que se encontra vazio – obviamente – e que pode ser visitado e visto até hoje.

A Santíssima Virgem Maria participa da Glória do Filho e é a antecipação da sorte dos eleitos; isso significa que já existe uma criatura ressuscitada no Céu, em copo e alma: Maria. Mas tudo isso devido ao fato de Deus lhe ter preparado para esta missão tão linda e particular: ser a Mãe do Filho d’Ele; todavia, houve uma colaboração e uma correspondência pela parte de Nossa Senhors. Para dizer que ela é modelo de como ser Igreja. O devoto da Virgem Maria é aquele que toma a decisão de viver as virtudes dela, a saber:

Mulher do silêncio: Precisamos aprender de Maria a silenciar o nosso coração de todas as agitações do mundo e de todo barulho, fruto das realidades que são contrárias à vontade de Deus na nossa vida. Silenciar é muito mais que não fazer barulho; silenciar é ter a coragem de retirar-se constantemente para encontrar-se com o Senhor e aí escutar o Seu Coração.

Mulher da Palavra: A Santíssima Virgem rezava os salmos; era íntima da Palavra de Deus; prova disso é ela repetir o Cântico de Ana ao se encontrar com Isabel, cântico este lá do Antigo Testamento. Muito mais que o fato de narrar esse cântico, a prova de que a Virgem Maria é a mulher da Palavra é a sua total confiança na misericórdia e na providêcia de Deus, que regia toda a sua vida e a vida do mundo.

Mulher do serviço: Maria sobe a montanha para visitar a sua parenta Isabel; ela vai à casa da prima não tendo como prioridade tratar de serviços domésticos, mas vai para levar o mistério até a vida daquela mulher, que, com certeza, muitos traumas trazia pelo fato de ter sido estéril por muitos anos –  fato tido como sinal de maldição. O mistério em Maria, que é o próprio Deus, a leva até a prima, para que esta possa ser curada. Para dizer que devemos ser, efetivamente, portadores e condutores do mistério, que é Deus, às pessoas, pois Ele se encontra em nós, dentro de nós, desde o momento do nosso batismo.

Mulher da obediência: Maria só tinha olhar para a vontade de Deus, para obedecer ao Todo-poderoso nas circunstancias ordinárias da vida; é ela quem diz a cada um de nós – única frase de Maria na Sagrada Escritura, de forma direta: “Fazei tudo o que Ele vos disser.”

Viver esta Solenidade da Assunção de Maria, ser devoto de Maria, por excelência, nada mais é que obedecer a Deus e fazer com que Ele seja o Senhor, verdadeiramente, da nossa vida.

Padre Pacheco - Comunidade Canção Nova.

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