15/06/2009
O que leva uma mulher a permanecer em uma relação embasada no medo e na violência? Para responder a esta e outras dúvidas, uma entidade privada, o Instituto Avon patrocinou a pesquisa Instituto Avon/Ibope – Percepções sobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil. Ela faz parte campanha ´Fale Sem Medo´, como uma das ações da empresa voltadas para a erradicação da violência doméstica. O estudo foi realizado em todo o País, com 2002 entrevistados, em cidades com mais de 20 mil habitantes e nas capitais brasileiras.
“Todas as informações que tivermos sobre o tema são bem-vindas, pois há poucos dados disponíveis. Esta pesquisa nos ajuda a saber o que a população pensa sobre o problema, quais as formas mais eficientes de combatê-lo”, destaca Lírio Cipriani, diretor-executivo do Instituto Avon.
Dados trazidos pela pesquisa mostram a percepção de que mulheres que mantém a relação com o agressor são reféns dessa condição. O relacionamento é mantido pela ausência de alternativa. Falta de recursos financeiros desponta como principal razão, indicada por 24 por cento dos entrevistados. O segundo motivo, aponta a pesquisa, é a preocupação com a criação dos filhos (23 por cento), que também carrega em si um forte componente econômico. Dessa forma, somando as duas opções, 47 por cento da população acredita que a mulher se mantenha na relação com o agressor por falta de autonomia econômica.
Extremo risco
O terceiro motivo chama a atenção pela gravidade: 17 por cento dos entrevistados acreditam que as mulheres não abandonam o agressor com medo de serem mortas caso rompam a relação. Um dado que demonstra a consciência de que muitas mulheres estão em situação de extremo risco. O medo de morte foi citado em maior porcentagem pelos segmentos de menor poder aquisitivo e menos escolaridade, além dos entrevistados mais jovens. Entrevistados com idades entre 16 e 24 anos (23 por cento), cerca de 10 pontos percentuais superior aos segmentos mais velhos; da 5ª a 8ª série (22 por cento). Entre as regiões, no Nordeste o medo de ser morta possui o maior índice (20 por cento), nove pontos a mais que a Sul (11 por cento), região que registrou menor taxa. A pesquisa traz dados importantes e consolida a percepção de que a sociedade brasileira já não aceita mais conviver com a violência.
A agressão contra a mulher é mais reconhecida, já que 55 por cento dos brasileiros afirmam conhecer uma mulher que sofreu ou sofre agressões de seu parceiro; para 56 por cento dos entrevistados durante a pesquisa, a violência doméstica contra a mulher é o problema que mais preocupa as cidadãs brasileiras.
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