Deus dá liberdade aos Seus filho

Na liberdade que temos, damos o exemplo e não seguimos as más inclinações deste mundo

“Jesus perguntou: ‘Simão, que te parece: Os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem: dos filhos ou dos estranhos? Pedro respondeu: ‘Dos estranhos!’ Então Jesus disse: ‘Logo os filhos são livres’” (Mateus 17, 25-26).

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Quem é o meu próximo? A parábola do bom samaritano - Lc 10,25-37.

Um mestre da Lei se levantou e, querendo encontrar alguma prova contra Jesus, perguntou:

- Mestre, o que devo fazer para conseguir a vida eterna?

Jesus respondeu:

- O que é que as Escrituras Sagradas dizem a respeito disso? E como é que você entende o que elas dizem?

O homem respondeu:

- "Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças e com toda a mente. E ame o seu próximo como você ama a você mesmo."

- A sua resposta está certa! - disse Jesus. - Faça isso e você viverá.

Porém o mestre da Lei, querendo se desculpar, perguntou:

- Mas quem é o meu próximo?

Jesus respondeu assim:

- Um homem estava descendo de Jerusalém para Jericó. No caminho alguns ladrões o assaltaram, tiraram a sua roupa, bateram nele e o deixaram quase morto. Acontece que um sacerdote estava descendo por aquele mesmo caminho. Quando viu o homem, tratou de passar pelo outro lado da estrada. Também um levita passou por ali. Olhou e também foi embora pelo outro lado da estrada. Mas um samaritano que estava viajando por aquele caminho chegou até ali. Quando viu o homem, ficou com muita pena dele. Então chegou perto dele, limpou os seus ferimentos com azeite e vinho e em seguida os enfaixou. Depois disso, o samaritano colocou-o no seu próprio animal e o levou para uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, entregou duas moedas de prata ao dono da pensão, dizendo:

- Tome conta dele. Quando eu passar por aqui na volta, pagarei o que você gastar a mais com ele.

Então Jesus perguntou ao mestre da Lei:

- Na sua opinião, qual desses três foi o próximo do homem assaltado?

- Aquele que o socorreu! - respondeu o mestre da Lei.

E Jesus disse:

- Pois vá e faça a mesma coisa.

COMENTÁRIO

Os antigos, para saberem qual o caminho a seguir em suas vidas, para saberem qual a vontade de Deus, recorriam aos bruxos, aos adivinhos, aos astrólogos, aos sacerdotes. Hoje em dia, muitos continuam buscando estes mesmos caminhos, para descobrirem a vontade de Deus em suas vidas.

Todavia, o cristão de verdade sempre buscou e buscará saber o caminho a seguir, na vontade de Deus, mergulhando sua vida na Palavra de Deus; palavra está que o assegura para estar sempre no caminho e na vontade de Deus que é a verdade.

Na liturgia de hoje, a partir do livro do Deuteronômio, Deus nosso Senhor quer nos ensinar que existe outra forma, tão eficaz, para que possamos descobrir em nossa vida a vontade, o caminho de Deus a seguir: escutando a voz do coração. Deus é quem diz: o caminho a seguir, o mandamento da verdade, não está fora, no Céu, distante de nós; não, ele está muito acessível a cada um de nós, pois está em nosso coração, em nossa boca. Basta ouvirmos e obedecermos.

Esta palavra, este caminho, que está tão em nós, é caminho de vida eterna, de felicidade. O judeu piedoso pergunta para Jesus: o que devo fazer para receber a vida eterna? Jesus responde: Amas o Senhor teu Deus de todo o coração e o teu próximo como a ti mesmo. O Judeu teve dúvidas: quem é o meu próximo?

Quem é o nosso próximo? Pergunta não feita somente ao judeu, mas a cada um de nós, cuja resposta deve ser dada com a vida, com atitudes concretas e não somente com os lábios. Jesus traz o fato de uma pessoa que cai nas mãos de assaltantes e estes o quase matam. Todos os justos passaram pelo caminho, pelo irmãos convalescido, sendo o primeiro, o judeu, mas ninguém foi capaz de ajudá-lo, exceto o pecador, o impuro, o indigno – para os judeus: o samaritano.

Muitas e muitas vezes agimos da mesma forma; nos achamos muito cristãos, muito santos, muito dignos, muito tudo… Somos sim acolhedores: daquele que nos fazem bem, daqueles que nós amamos, dos limpos e cheirosos, daqueles que nos admiram. Mas a pergunta é: somos capazes de juntar e acolher aqueles que não conhecemos, daqueles que nos fazem o mal, daqueles que não suportamos, que não têm nada a ver com a nossa vida? O amor de verdade, único caminho de salvação e vida eterna, de felicidade, para pelo amor concreto, a começar por aqueles que passam pela nossa vida. Amar os que queremos bem e que nos querem bem é conveniência, estratégia, puxa-saquismo; o amor de verdade é demonstrado quando amamos aqueles que não merecem nosso amor, aqueles que se encontram distante de nós, os impuros em todos os sentidos.

A palavra de Deus para nós hoje é duríssima! Como encontra-se o nosso amor no concreto da vida, hoje? Estou dando hospedaria, ou seja, acolhimento aos pecadores e pobres de corpo e alma, ou estou excluindo-os da minha vida e de minha companhia? Estou derramando o óleo do carinho e da compreensão sobre as feridas dos outros, ou estou apontando e apertando as sua feridas com as minhas mãos e o meu coração? Estou dando montaria aos que sofrem, ou estou pisando sobre os eles, frente as suas feridas e pecados? Proporcionar cuidado a quem nos ama, sim; e aos outros, àqueles que não merecem meu amor? É aqui que se difere o cristão! Feliz e santa semana para você.

Padre Pacheco, Comunidade Canção Nova.

Nenhum comentário:

Postar um comentário