Deus dá liberdade aos Seus filho

Na liberdade que temos, damos o exemplo e não seguimos as más inclinações deste mundo

“Jesus perguntou: ‘Simão, que te parece: Os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem: dos filhos ou dos estranhos? Pedro respondeu: ‘Dos estranhos!’ Então Jesus disse: ‘Logo os filhos são livres’” (Mateus 17, 25-26).

domingo, 23 de janeiro de 2011

MENSAGEM DA SEMANA: conversão e seguimento - Mt 4,12-23.

Preparação para a Leitura Orante

- A nós, neste ambiente virtual, que buscamos a Palavra, a paz de Deus, nosso Pai, a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo, no amor e na comunhão do Espírito Santo.

- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

Preparo-me para a Leitura, rezando:

Jesus Mestre, Sois o Mestre e a Verdade: iluminai-nos, para que melhor compreendamos

as Sagradas Escrituras.

Sois o Guia e o Caminho: fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.

Sois a Vida: transformai nosso coração em terra boa, onde a Palavra de Deus produza frutos abundantes de santidade e missão.

(Bv. Alberione)

Leitura Orante

Mt 4,12-23

Quando Jesus soube que João tinha sido preso, foi para a região da Galiléia. Não ficou em Nazaré, mas foi morar na cidade de Cafarnaum, na beira do lago da Galiléia, nas regiões de Zebulom e Naftali. Isso aconteceu para se cumprir o que o profeta Isaías tinha dito:

"Terra de Zebulom e terra de Naftali, na direção do mar, do outro lado do rio Jordão, Galiléia, onde moram os pagãos!

O povo que vive na escuridão verá uma forte luz!

E a luz brilhará sobre os que vivem na região escura da morte!"

Daí em diante Jesus começou a anunciar a sua mensagem. Ele dizia:

- Arrependam-se dos seus pecados porque o Reino do Céu está perto!

Jesus estava andando pela beira do lago da Galiléia quando viu dois irmãos que eram pescadores: Simão, também chamado de Pedro, e André. Eles estavam no lago, pescando com redes. Jesus lhes disse:

- Venham comigo, que eu ensinarei vocês a pescar gente.

Então eles largaram logo as redes e foram com Jesus.

Um pouco mais adiante Jesus viu outros dois irmãos, Tiago e João, filhos de Zebedeu. Eles estavam no barco junto com o pai, consertando as redes. Jesus chamou os dois, e, no mesmo instante, eles deixaram o pai e o barco e foram com ele.

Jesus andou por toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, anunciando a boa notícia do Reino e curando as enfermidades e as doenças graves do povo.

O que diz o texto do dia?

COMENTÁRIO 1

Jesus escolhe Cafarnaum pra morar. Mateus recorda que isso é para que se cumpra a Escritura, em Isaias, que fala da luz que brilha na escuridão. A mensagem que passa a pregar é de conversão: "arrependam-se". O Reino de Deus é o núcleo da sua pregação. Começa também a formar sua equipe de missão. Chama Pedro e André, dois pescadores. e mais dois pescadores; Tiago e João. O texto diz que "imediatamente" ou, "no mesmo instante", deixaram as redes, o pai e o barco e foram com Jesus. A profissão de pescadores se tranforma na missão de salvar pessoas para o Reino.

"Ir" com Jesus, ou "segui-lo" significa ser fiel a ele. Aqui nasce a espiritualidade do seguimento.

COMENTÁRIO 2

Jesus, reconhecendo o valor e a autenticidade de João Batista com seu anúncio e exortação à conversão à justiça, sinalizada pelo batismo nas águas do rio Jordão, vai ao seu encontro e recebe seu batismo. João Batista desenvolve sua atividade em território fora da influência do judaísmo, na Peréia, na margem leste do rio Jordão. Após sua prisão, Jesus volta para a Galiléia e, deixando Nazaré, passa a morar em Cafarnaum, às margens do Mar da Galiléia. Embora grandiosamente chamado de "mar", na realidade trata-se de um grande lago de água doce formado pelo rio Jordão, em uma depressão em seu leito. Jesus, como João, também proclama a Boa Nova nas regiões de presença gentílica, na Galiléia e nos territórios vizinhos. A Galiléia é caracterizada pelo profeta Isaías como território "entregue às nações pagãs" (cf. primeira leitura).

Jesus dá continuidade ao anúncio de João Batista ao exortar à conversão diante da proximidade do Reino dos Céus. Contudo, com Jesus, o Reino adquire o sentido do convívio, neste mundo, na plenitude do amor, no Espírito, na misericórdia e no acolhimento, em comunhão de vida eterna com o Pai. O reino de amor contrapõe-se ao reino de poder da tradição judaica-davídica. A conversão à justiça é uma das dimensões concretas da manifestação do amor. A ordem tradicional que favorece os privilegiados opressores é substituída pela libertação dos oprimidos, os quais resgatam sua dignidade e levantam-se com novo ânimo e nova vida.

Jesus caminha a beira do mar da Galiléia e chama quatro de seus discípulos. São de famílias de humildes pescadores. Simão e André, nomes de origem grega, e Tiago e João de origem hebraica. Simão e André, Tiago e João abandonam seu antigo sistema de vida, econômico e familiar, não para fugirem do mundo, mas para iniciarem uma nova prática social transformadora da sociedade.

A conversão se faz a partir do olhar para Jesus e deixar-se contagiar pelo seu amor misericordioso e por suas palavras. Assim vamos nos libertando das ideologias de sucesso, riqueza e poder, para incorporarmos valores de comunhão com o próximo, na mansidão e no carinho, construindo um mundo novo possível, na justiça e na fraternidade. Constrói-se assim a paz, na unidade (cf. primeira leitura) estabelecida pelos laços da humildade, do perdão, e da acolhida, porém na diversidade que expressa os vários dons de Deus.

José Raimundo Oliva

COMENTÁRIO 3

Desde as primeiras aparições públicas, Jesus apresenta-se como um missionário itinerante: de aldeia em aldeia, ensina, prega a boa nova do Reino, cura doentes e vai, chamando discípulos. Inicia a sua missão não em lugares importantes e religiosos como Jerusalém, mas em zonas periféricas, entre os afastados, os heterodoxos, os menos religiosos, semipagãos, os impuros em contato com os pagãos. Tais eram (considerados) os habitantes da Galileia. Jesus deixa Nazaré e vai habitar em Cafarnaum, pequena cidade de fronteira, com uma alfândega para as mercadorias em trânsito ao longo da «via do mar», a estrada imperial que unia Egito, Palestina, Síria e Mesopotâmia. Desde a antiguidade, portanto, a Galileia era uma zona de cruzamento de povos, sujeita à passagem de grupos e ao controle do comércio, com as consequentes contaminações e decadência moral. Compreende-se assim o apelo que o profeta Isaías dirige aos habitantes da região: passar da experiência humilhante da escravidão e do jugo da opressão à vida com liberdade, em grande luz e alegria. Mateus observa que a profecia de Isaías se cumpriu com a presença de Jesus, cuja missão tem um início carregado de esperança, mas baseado num exigente programa de conversão a Deus e empenho pelo Reino.

Com esta escolha inicial, Jesus mostra que os primeiros destinatários do seu Evangelho e do Reino não são os justos, os cumpridores ou os que se consideram tais, mas os afastados, os excluídos. É o início humilde de uma missão que terá horizontes universais, e que será levado por diante pelos discípulos e pelos seus sucessores, chamados a seguir Jesus para ser, em toda a parte do mundo, «pescadores de homens».

A vocação missionária comporta sempre uma saída, uma partida, muitas vezes até geográfica, deixar alguém e alguma coisa; há sempre um desprendimento, um sair do seu egoísmo e do seu ambiente restrito. Aqui, Jesus deixa Nazaré e os espaços de intimidade com a sua mãe, Ele que tinha escolhido ser o Emanuel em carne humana. Assim como outrora Abraão foi convidado a abandonar a sua terra e a sua parentela, assim agora dois grupos de irmãos, chamados por Jesus a segui-lo, deixam as redes, o barco e o pai. Em todo o caso, a vocação não é nunca uma partida em direção ao vazio: é um deixar alguma coisa para seguir Alguém, uma partida ao encontro de um Outro. Em primeiro lugar está sempre o encontro e a ligação à pessoa de Jesus.

Esta vocação-missão afunda as suas raízes numa conversão («Convertei-vos…»), uma mudança de mentalidade, uma orientação nova em direção a Deus e ao seu Reino, do qual Jesus Cristo é a plenitude. A conversão a Cristo comporta o seguimento e a missão, o estar bem radicados n’Ele e bem inseridos nos caminhos do mundo: «farei de vós pescadores de homens». Assim aconteceu com Paulo, cuja conversão se recorda nestes dias (25 de Janeiro). Uma conversão radical e fiel até ao martírio! No caminho de Damasco não nasceu apenas um cristão, mas também o maior missionário entre os povos, o pregador apaixonado por Cristo crucificado e ressuscitado.

Para Bento XVI «A missão evangelizadora da Igreja é a resposta ao grito “Vinde, Senhor, Jesus!”, que percorre toda a história da salvação e que continua a erguer-se dos lábios dos crentes… O acolhimento da Boa Nova na fé impele por si só a comunicar a salvação recebida em dom… Nada de mais belo, urgente e importante do que devolver gratuitamente aos homens o que gratuitamente recebemos de Deus! Nada nos pode dispensar ou afastar deste oneroso e fascinante compromisso… Que cada cristão e cada comunidade sinta a alegria de partilhar com os outros esta Boa Nova de que “Deus amou de tal modo o mundo, que lhe deu o seu Filho unigênito… para que o mundo seja salvo por Ele” (Jo 3, 16-17)».

A mensagem paulina é de grande atualidade, no contexto da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, chamados a viver unidos, a evitar divisões e discórdias, a manter-se bem unidos, porque Cristo não está dividido. Tomar consciência da vastidão e da urgência dos problemas do mundo ajuda a sair de egoísmos, divisões, discórdias, tensões locais. Com sabor de atualidade, S. Teresa de Ávila dizia: «o mundo está a arder, não há tempo para tratar com Deus assuntos de menor importância… Quando vejo as grandes necessidades da Igreja, estas afligem-me tanto que me parece uma futilidade perder tempo com outras coisas». Faça suas essas palavras e lança-se à missão.

Pai, faze-me compreender que os pobres e os marginalizados são os destinatários privilegiados do Evangelho do Reino; para eles tua luz deve brilhar em primeiro lugar.

Padre Bantu Mendonça

O que o texto diz para mim, hoje? Qual palavra mais me toca o coração?
O que o texto me diz no momento?

Minha vida reflete o que o texto diz ou há contradições? Vivo a conversão, ou seja, tenho um coração novo?

A Conferência de Aparecida nos recorda: "No exercício de nossa liberdade, às vezes recusamos essa vida nova (cf. Jo 5,40) ou não perseveramos no caminho (cf. Hb 3,12-14). Com o pecado, optamos por um caminho de morte. Por isso, o anúncio de Jesus sempre convoca à conversão, que nos faz participar do triunfo do Ressuscitado e inicia um caminho de transformação." (DAp 351).

O que o texto me leva a dizer a Deus?

Rezo com o bem-aventurado Alberione:

Jesus Mestre, disseste que a vida eterna consiste em conhecer a ti e ao Pai.

Derrama sobre nós, a abundância do Espírito Santo!

Que ele nos ilumine, guie e fortaleça no teu seguimento, porque és o único caminho para o Pai.

Faze-nos crescer no teu amor, para que sejamos, como o apóstolo Paulo testemunhas vivas do teu Evangelho.

Com Maria, Mãe Mestra e Rainha dos Apóstolos, guardaremos tua Palavra, meditando-a no coração.

Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tem piedade de nós.

Qual meu novo olhar a partir da Palavra?

Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vou viver a conversão: eliminar do meu modo de pensar e agir aquilo que não vem de Deus, que não é conforme o Projeto de Jesus Mestre.

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.

- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.

-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.

- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

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