Deus dá liberdade aos Seus filho

Na liberdade que temos, damos o exemplo e não seguimos as más inclinações deste mundo

“Jesus perguntou: ‘Simão, que te parece: Os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem: dos filhos ou dos estranhos? Pedro respondeu: ‘Dos estranhos!’ Então Jesus disse: ‘Logo os filhos são livres’” (Mateus 17, 25-26).

domingo, 16 de outubro de 2011

MENSAGEM DA SEMANA: temos dado a Deus o que é de Deus? - Mt 22,15-21.

Preparação para a Leitura Orante

Preparo-me para a Leitura Orante, rezando:

Jesus, Mestre,

Que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém.

Preparo-me para a Leitura rezando ao Espírito com todos os que se encontram neste espaço:

Espírito de verdade, a ti consagro a mente e meus pensamentos: ilumina-me.

Que eu conheça Jesus Mestre e compreenda o seu Evangelho.

Leitura Orante
Mt 22,15-21

Os fariseus saíram e fizeram um plano para conseguir alguma prova contra Jesus. Então mandaram que alguns dos seus seguidores e alguns membros do partido de Herodes fossem dizer a Jesus:

- Mestre, sabemos que o senhor é honesto, ensina a verdade sobre a maneira de viver que Deus exige e não se importa com a opinião dos outros, nem julga pela aparência. Então o que o senhor acha: é ou não é contra a nossa Lei pagar impostos ao Imperador romano?

Mas Jesus percebeu a malícia deles e respondeu:

- Hipócritas! Por que é que vocês estão procurando uma prova contra mim? Tragam a moeda com que se paga o imposto!

Trouxeram a moeda, e ele perguntou:

- De quem são o nome e a cara que estão gravados nesta moeda?

Eles responderam:

- São do Imperador.

Então Jesus disse:

- Dêem ao Imperador o que é do Imperador e dêem a Deus o que é de Deus.

O que diz o texto do dia?

COMENTÁRIO 1

Leio na Bíblia, atentamente, o texto Mt 22,15-21.

A pergunta dos seguidores de Herodes é maliciosa. Tenta confundir Jesus. Trata-se, na verdade, de um jogo político. Pode ter conotação religiosa porque na moeda estava inscrito: "Tiberius Caesar divi Augusti filius Augustus". Jesus utiliza uma estratégia muito hábil, referindo-se à moeda. Com sua resposta revela a má intenção e a hipocrisia dos fariseus. Se eles reconhecem como legal a moeda, hão de concordar com o que nela está escrito: "A Deus o que é de Deus". O Mestre Jesus Cristo veios restabelecer a ordem de valores. Acima de qualquer poder político ou econômico está o poder de Deus.

COMENTÁRIO 2

Por cerca de três anos Jesus exerceu seu ministério na Galiléia e nas regiões gentílicas vizinhas. No momento oportuno, Jesus decide ir a Jerusalém por ocasião da festa da Páscoa dos judeus, onde se dá o confronto com sistema do Templo, que o levará à morte.

Após expulsar aqueles que comerciavam no Templo, denunciando que este Templo se tornara um covil de ladrões, dirige aos chefes dos sacerdotes e aos proprietários de terras as duras parábolas dos vinhateiros homicidas e a do banquete nupcial. Estas parábolas retratam o distanciamento destes chefes de Israel em relação a Deus. O clima é de um conflito com chefes dos sacerdotes, fariseus, e anciãos, que se amplia cada vez mais.

Jesus é assediado pelos chefes religiosos, que vêem nele um líder que ameaça o seu prestígio e poder. Não tendo o direito, sob a dominação romana, de condenar ninguém, eles procuram motivo para que Jesus seja condenado pelo próprio império romano. Estamos diante de uma trama para apanhar Jesus em alguma palavra.

Aos chefes religiosos juntam-se os herodianos. Estes eram adeptos da realeza, os aliados mais próximos e servis de Herodes, preposto de César. Dirigem-se a Jesus com um acúmulo de elogios que já deixam transparecer a falsidade. São palavras cheias de malícia. Pretendem remover qualquer inibição ou bloqueio de Jesus afim de que ele fale realmente o que pensa!

Perguntam se devem pagar o imposto a César. Esperavam uma resposta negativa, um ato de insubordinação, o que lhe mereceria a condenação por parte dos prepostos do império romano. A imposição de pesados impostos à Judéia já fora causa de uma revolta liderada por Judas, o Galileu, cerca de vinte e cinco anos antes.

Jesus, realmente, diz o que pensa: chama-os de hipócritas e denuncia sua maldade em procurar armar-lhe ciladas. Mais adiante (Mt 23,01-32) ele voltará a denunciar detalhadamente a hipocrisia destes chefes religiosos da Judéia. Jesus pede que lhe mostrem a moeda do imposto. Este devia ser pago em moeda romana, o denário. As moedas, correntes no comércio, eram os "out-doors" de propaganda do império, cunhadas com imagens e inscrições que exaltavam o imperador. De maneira pedagógica Jesus pergunta aos seus questionadores de quem é a figura e a inscrição na moeda. Diante da moeda cunhada com a cabeça de César e com a inscrição: "Filho Augusto e Divino", Jesus devolve a pergunta: "De quem é esta figura e a inscrição?". Com a confirmação de que é de César Jesus conclui: "Devolvei, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus". À questão sobre o "pagar" Jesus responde com o "devolver".

A sutil resposta de Jesus, em primeiro lugar, separando Cesar de Deus, remove o caráter divino do imperador. César é diferente de Deus. César é a ambição do dinheiro e do poder. Deus é misericórdia, amor e vida. Libertar-se do dinheiro e comprometer-se com Deus, é o projeto de Jesus. Por outro lado Jesus, com sua resposta, devolve a questão aos seus provocadores. Cabe a eles julgarem o que é de César e o que é de Deus. Sem dúvida poderão perceber que devolver a César o que é de César é erradicar de suas mentes toda ambição de riqueza e a idolatria do dinheiro. Devolver a Deus o que é de Deus é libertar seu povo e promover-lhe a vida, o que é a verdadeira expressão do amor de Deus.

José Raimundo Oliva

COMENTÁRIO 3

Estamos na última semana da vida de Jesus. Ele atua como mestre no pórtico de Salomão ao oriente da esplanada do Templo. Seus inimigos estão à espreita para ver como apanhá-lo em suas palavras e, por isso, propõem diversas questões – que eram discutidas na época – com o intuito de ver seus conhecimentos e até de poder acusá-lo diante das autoridades por sua discrepância da Lei ou sua oposição às autoridades romanas.

Um destes episódios é o de hoje: “Mestre, sabemos que és verdadeiro e que, de fato, ensinas o caminho de Deus. Não te deixas influenciar pela opinião dos outros, pois não julgas um homem pelas aparências. Dize-nos, pois, o que pensas: É lícito ou não pagar imposto a César?”

É lícito significa se está de acordo com a Lei. Pagar o tributo a César seria, segundo os zelotas e os fariseus, dar dinheiro a um representante de um deus pagão. Seria manter o princípio de propriedade do Estado Romano sobre terras que Javé-Deus tinha dado a Israel a título inalienável.

Segundo os juristas romanos, o povo de Israel tinha unicamente o usufruto destas terras. Por isso, a taxação era uma escravidão evidente segundo o povo eleito.

Diante deste fato, a resposta se fosse favorável aos romanos atrairia o desprezo do povo sobre Jesus. Mas, se a resposta de Jesus fosse contrária ao pagamento do tributo, poderia ser causa suficiente para tratar Jesus como zelota e os herodianos acusá-lo-iam às autoridades – como realmente o fizeram – de impedir o pagamento do tributo a César (Lc 23,2).

Jesus pede a moeda onde estava escrita ao redor da efígie do César: César Tibério, do divino Augusto filho, ele mesmo Augusto Pontifice Máximo. A moeda foi cunhada em Roma – como todas as moedas em ouro ou prata. Todos, tanto fariseus como herodianos, usavam a moeda, o que era de fato aceitar o domínio de César. A tradução mais exata da resposta de Jesus seria: “Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”.

Sem dúvida, Jesus aponta para uma dívida que temos tanto com as autoridades civis como para com Deus:

1º – Ele estabelece uma clara distinção entre os deveres cívicos e os religiosos, não confundindo as áreas, mas separando-as.

2º – Toda autoridade da qual nos servimos – como se serviam do denário os judeus – tem origem divina, como Ele respondeu a Pilatos: “Nenhuma autoridade terias sobre mim se de cima não te fosse dada”. (Jo 19,11)

Deus quer ser representado na autoridade do homem, como diz Paulo, independentemente dessa autoridade ser boa ou má. Em Rm 3,1 afirma: “Não há autoridade que não proceda de Deus e as autoridades que existem foram por Ele instauradas”.

No mundo moderno não interrogamos Jesus sobre o tributo a César, mas interrogamos a Igreja sobre o Jesus que está mostrando ao mundo: O homem oprimido tem substituído a mensagem evangélica sobre o verdadeiro Jesus, Filho de Deus, Redentor e Salvador. Do Evangelho tomamos unicamente a mensagem sobre a justiça e igualdade. E a fé, fundamento da vida cristã, fica diluída em termos humanos. O homem substitui o Deus encarnado.

Em Jesus queremos ver um revolucionário e, na revolução, um remédio universal, uma redenção necessária embora dolorosa. Portanto, devemos favorecê-la e acompanhá-la com ilusão e até propagá-la como remédio dos males modernos. Da frase eu vim evangelizar os pobres reduzimos o Evangelho a uma simples conclusão de semelhante afirmação. O resto da boa notícia não interessa.

É por isso que os milagres de Jesus ou são silenciados ou são negados e, entre eles, a Ressurreição. A vida eterna do Evangelho é traduzida como vida melhor na terra por uma repartição mais justa das riquezas. O sobrenatural é substituído pelo natural. O pão de cada dia desloca o Pão Eucarístico necessário para a verdadeira vida.

A política tem tomado o lugar da religião. Damos a César o que é de César. Mas não damos a Deus o que é de Deus, embora esse Deus moderno seja o grande arquiteto que anula o Cristo do qual temos recebido o nome. A fé se reduz a uma ideia mais conforme com a filosofia natural do que com a dos versículos dos Evangelhos.

Temos que nos perguntar se damos a Deus o que é de Deus. Porque, embora sabendo que Ele é o verdadeiro Senhor de nossas vidas, muitas vezes O temos relegado a um segundo plano quando nos declaramos independentes ou buscamos nosso próprio bem, no lugar da vontade que é absoluta no céu e que deveria ser também soberana na terra, como rezamos no Pai Nosso.

Padre Bantu Mendonça

O que o texto me diz?

Qual lugar Deus ocupa na minha vida? Faço uma lista a partir das prioridades da minha vida. Assim,

1o. lugar: ..............................................................................................

2o. lugar: .............................................................................................

3o.lugar: ..............................................................................................

Onde está Deus? Se não estiver no 1o. lugar, e presente em todos os outros momentos, alguma coisa está errada e deve ser revista.

Jesus não se deixou enganar. Quem coloca Deus e o imperador no mesmo nível, engana-se.

A resposta de Jesus "Dêem ao Imperador o que é do Imperador e dêem a Deus o que é de Deus" colocou os pingos nos "is". Não era mal pagar o tributo ou os impostos, mas a Deus também se deve a adoração e o reconhecimento de seu lugar, Senhor de todas as criaturas.

Os bispos, em Aparecida, recordaram:

"A importância única e insubstituível de Cristo para nós, para a humanidade, consiste em que Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida. "Se não conhecemos a Deus em Cristo e com Cristo, toda a realidade se torna um enigma indecifrável; não há caminho e, ao não haver caminho, não há vida nem verdade", disse Bento XVI. No clima cultural relativista que nos circunda, onde é aceita só uma religião natural, faz-se sempre mais importante e urgente estabelecer e fazer amadurecer em todo o corpo eclesial a certeza de que Cristo, o Deus de rosto humano, é nosso verdadeiro e único salvador." (DAp 22).

O que o texto me leva a dizer a Deus?

Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo com toda Igreja a Oração Missionária 2011

Deus Pai,
Criador do céu e da terra,
Enviai, por meio do vosso Filho,
O Espírito que renova todas as coisas,
Para que, no respeito e cuidado com a natureza,
Possamos recriar novos céus e nova terra,
E a Boa-Nova, que brilhou na Criação,
Seja conhecida até os confins do universo.
Amém.

Qual meu novo olhar a partir da Palavra?

Meu novo olhar é para reconhecer o lugar de Deus acima de tudo na minha vida.

Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós.

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Patrícia Silva, fsp

Fonte: Paulinas e Canção Nova.

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