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sábado, 30 de abril de 2011

Promoção por bravura não é como antiga premiação por morte, diz PM.

21/04/2011 09h00 - Atualizado em 21/04/2011 09h00

'Gratificação faroeste' era concedida entre 95 e 98 por mortes em confronto.
Policiais que evitaram mais mortes em escola de Realengo foram promovidos.

Aluizio Freire Do G1 RJ

PM ato de bravura - 5º BPM (Foto: Aluizio Freire)Nos quartéis, como no 5º BPM, a ação de Realengo é lembrada como exemplo de bravura dos policiais (Foto: Aluizio Freire/G1)

A ação dos três policiais que conseguiram deter o atirador que matou 12 alunos da Escola Tasso da Silveira, na Zona Oeste do Rio, é apontada como exemplo de coragem dentro da Polícia Militar. Eles foram promovidos e condecorados. Mas a promoção por atos de bravura é cada vez mais criteriosa dentro da corporação. Em 2010, foram apenas três casos. Este ano, são sete, incluindo o episódio do colégio de Realengo.

Embora o comando da corporação espere que a tropa siga os ensinamentos dos colegas que agiram para impedir que o atirador Wellington Menezes de Oliveira matasse outras crianças, a cúpula da PM quer deixar claro que atuações em que predominem excesso de violência por parte do policial dificilmente serão consideradas ato de bravura.

“No caso da escola, ficou comprovado que o criminoso, apesar de ser atingido por um disparo feito pelo sargento Márcio Alves, morreu ao cometer suicídio”, lembra o coronel Íbis Pereira, 48 anos, 28 destes na PM, e que já comandou vários batalhões e a Escola Superior da Polícia Militar, que forma os oficiais. "Não queremos estimular a violência. O policial deve estar preocupado em salvar vidas, e precisa agir dentro de critérios técnicos e da lei", completa.

Não queremos estimular a violência. O policial deve estar preocupado em salvar vidas, e precisa agir dentro de critérios técnicos e da lei"

Coronel Íbis Pereira

Para o coronel Íbis, a  preocupação é evitar que os mais afoitos, dispostos a conquistarem algum benefício, pensem que estaria de volta a “gratificação faroeste” - controvertida premiação concedida aos policiais, entre 1995 e 1998, que recebiam um valor adicional por mortes em confronto.

A premiação passou a ser considerada pelos especialistas em segurança pública um incentivo à violência policial, já que estimulava o conflito armado e provocava muitas mortes.

Orientação é salvar vidas

Entre os destaques das promoções conferidas aos policiais, nos últimos anos, estão alguns casos em que foram salvas vidas durante alguma operação, de acordo com levantamento feito pela Diretoria Geral de Pessoal (DGP) da Polícia Militar. .

PM ato de bravura - coronel Íbis Pereira (Foto: Aluizio Freire)Para o coronel Íbis,  policial tem que se destacar pela ação legal e técnica (Foto: Aluizio Freire/G1)

Um dos casos é o do sargento Altemar Oliva, do 16º BPM (Olaria), que participou de uma ação contra traficantes da favela Nova Brasília, em Inhaúma, no conjunto de favelas do Alemão, no Rio. Em plena troca de tiros com os criminosos, surgiu de uma das vielas uma moradora, aos gritos, pedindo ajuda para seu marido, que havia sido baleado e estava caído em um beco.

Certo de que a vítima era um trabalhador, o sargento Altemar entrou na comunidade embaixo de intensos disparos de arma de fogo e resgatou o homem, que foi socorrido e sobreviveu.

Outro episódio considerado heroico foi o do cabo da Polícia Militar Wagner Barros de Souza, lotado no 10º BPM (Barra do Piraí), diante de uma mulher desesperada, que ameaçava cometer suicídio, apesar dos apelos de uma multidão que tentava demovê-la da ideia de se matar. Para espanto geral, ela se joga no Rio Paraíba do Sul e é levada pela correnteza. Sem titubear, o cabo se jogou e conseguiu salvá-la.

PM salva mulher e crianças soterradas

Ato de bravura reconhecido pela corporação foi também o do cabo PM Jader Gondin Marques, do 5º BPM (Harmonia), que ficou sabendo pelo rádio do carro sobre um desabamento no Centro. Ao chegar ao local, na Rua Barão de São Félix, ele e o colega foram abordados por populares que indicaram o prédio desabado.

Ao saber que havia vítimas sob os escombros, mesmo percebendo o risco iminente de outros desabamentos, Jader entrou na construção e conseguiu resgatar com vida uma mulher e três crianças que estavam soterradas.

Mas o episódio de Realengo é um marco nessa questão... O policial, naquele cenário caótico, sem saber quantas pessoas estavam envolvidas no conflito, e no meio daquele espaço confinado, com tantas crianças, professores e outros funcionários da escola, conseguir discernir quem é o criminoso, ou seja, qual é o alvo principal da ação, e ao mesmo tempo garantir a segurança do local"

Coronel Íbis Pereira

Mais uma missão concluída com bravura, segundo a PM, foi a participação do cabo Luiz Claudio de Carvalho Rós, lotado no Batalhão de Operações Especiais (Bope), quando socorreu um companheiro ferido durante uma operação no conjunto de favelas do Alemão.

Na avaliação dos superiores, o policial combinou técnica e coragem para salvar o colega e evitar que ele fosse alvo de outros disparos dos criminosos.

“São ocorrências em que um policial militar consegue se lançar contra situações absolutamente adversas, quando é obrigado a agir contra um número bem superior de elementos ou armamento. Nessas circunstâncias, também consideramos bravura pelo discernimento saber agir numa situação de complexidade, de caos, de dificuldade absoluta que foge à normalidade das ocorrências, como essa última em Realengo”, ressalta o coronel Íbis Pereira.

“Mas o episódio de Realengo é um marco nessa questão. Imagine o ambiente de pânico, de desespero, de irracionalidade que é você ser chamado por crianças feridas dizendo que um homem armado está matando um monte de alunos dentro de uma escola. E o policial, naquele cenário caótico, sem saber quantas pessoas estavam envolvidas no conflito, e no meio daquele espaço confinado, com tantas crianças, professores e outros funcionários da escola, conseguir discernir quem é o criminoso, ou seja, qual é o alvo principal da ação, e ao mesmo tempo garantir a segurança do local”, destaca o oficial.

Fonte: G1.

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