Deus dá liberdade aos Seus filho

Na liberdade que temos, damos o exemplo e não seguimos as más inclinações deste mundo

“Jesus perguntou: ‘Simão, que te parece: Os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem: dos filhos ou dos estranhos? Pedro respondeu: ‘Dos estranhos!’ Então Jesus disse: ‘Logo os filhos são livres’” (Mateus 17, 25-26).

domingo, 5 de setembro de 2010

Um "sim" que compromete a vida - As condições para ser seguidor de Jesus - Lc 14,25-33.

Preparação para a Leitrura Orante

Preparo-me para a Leitura Orante, fazendo uma rede de comunicação e comunhão em torno da Palavra com todas as pessoas que se encontram neste ambiente virtual. Rezamos em sintonia com a Santíssima Trindade.

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém

Senhor, nós te agradecemos por este dia.

Abrimos, com este acesso à internet, nossas portas e janelas para que tu possas Entrar com tua luz.

Queremos que tu Senhor, definas os contornos de Nossos caminhos, As cores de nossas palavras e gestos, A dimensão de nossos projetos, O calor de nossos relacionamentos e o Rumo de nossa vida.

Podes entrar, Senhor em nossas famílias.

Precisamos do ar puro de tua verdade.

Precisamos de tua mão libertadora para abrir Compartimentos fechados.

Precisamos de tua beleza para amenizar Nossa dureza.

Precisamos de tua paz para nossos conflitos.

Precisamos de teu contato para curar feridas.

Precisamos, sobretudo, Senhor, de tua presença Para aprendermos a partilhar e abençoar!

Ó Jesus Mestre, Verdade-Caminho-Vida, tem piedade de nós.

Leitura Orante

Certa vez uma grande multidão estava acompanhando Jesus. Ele virou-se para eles e disse:

- Quem quiser me acompanhar não pode ser meu seguidor se não me amar mais do que ama o seu pai, a sua mãe, a sua esposa, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs e até a si mesmo. Não pode ser meu seguidor quem não estiver pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhar. Se um de vocês quer construir uma torre, primeiro senta e calcula quanto vai custar, para ver se o dinheiro dá. Se não fizer isso, ele consegue colocar os alicerces, mas não pode terminar a construção. Aí todos os que virem o que aconteceu vão caçoar dele, dizendo: "Este homem começou a construir, mas não pôde terminar!"

- Se um rei que tem dez mil soldados vai partir para combater outro que vem contra ele com vinte mil, ele senta primeiro e vê se está bastante forte para enfrentar o outro. Se não fizer isso, acabará precisando mandar mensageiros ao outro rei, enquanto este ainda estiver longe, para combinar condições de paz.

Jesus terminou, dizendo:

- Assim nenhum de vocês pode ser meu discípulo se não deixar tudo o que tem.

O que diz o texto do dia?

Leio atentamente o texto: Lc 14,25-33 - As condições para ser seguidor de Jesus

Jesus Mestre fala claro sobre as exigências para quem se decide a segui-lo. Esta decisão supõe prontidão, desprendimento de outros vínculos, e ainda, a disposição a enfrentar o desconforto. É assim, se quiser seguir o Senhor. Jesus ilustra isto com duas parábolas: a do homem que decide construir uma torre e a do rei que se prepara para um combate. Em ambos os casos, o Mestre fala da necessidade de lançar bases, de preparar. O bem-aventurado Alberione, na sua inspiração original do carisma paulino, diz que num momento especial de oração diante do Santíssimo Sacramento na passagem do século XIX ao XX, "sentiu-se profundamente obrigado a se preparar para fazer algo pelo Senhor e pelas pessoas do novo século" (AD, 15). E a partir de então, tudo foi visto sob esta luz. Jesus Mestre recomenda, através da parábola, a "se sentar e calcular o quanto vai custar" a torre. "Se sentar" supõe atitude de parada, reflexão, criar convicções, definir um projeto com metas e estratégias claras. "Calcular o quanto vai custar", supõe investimento de valores, sendo o primeiro deles "amar a Jesus" Mais do que tudo, até mais que "a si mesmo". Supõe como diz o final deste texto, "deixar tudo o que tem". O que vale não é o "ter", mas, o "ser com Jesus", ou, o deixar que Jesus seja o meu tudo, a minha vida.

O que o texto diz para mim, hoje?

O meu Projeto de vida é o do Mestre Jesus Cristo? Ou tenho olhado noutra direção? No Documento de Aparecida, os bispos disseram: "Parecidos com o Mestre. A admiração pela pessoa de Jesus, seu chamado e seu olhar de amor despertam uma resposta consciente e livre desde o mais íntimo do coração do discípulo, uma adesão de toda sua pessoa ao saber que Cristo o chama por seu nome (cf. Jo 10,3). É um "sim" que compromete radicalmente a liberdade do discípulo a se entregar a Jesus, Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14,6). É uma resposta de amor a quem o amou primeiro "até o extremo" (cf. Jo 13,1). A resposta do discípulo amadurece neste amor de Jesus: "Te seguirei por onde quer que vás" (Lc 9,57). (DAp 136.)

E eu me interrogo: Sinto-me uma pessoa parecida com o Mestre? Como respondo ao seu chamado e olhar de amor? Como é minha adesão, o meu "sim" realmente me compromete com Jesus Caminho, Verdade, Vida?

O que o texto me leva a dizer a Deus?

Rezo, espontaneamente, com salmos e concluo com a oração:

Jesus, Mestre:

que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria.

Que eu ame com o teu coração.

Que eu veja com os teus olhos.

Que eu fale com a tua língua.

Que eu ouça com os teus ouvidos.

Que as minhas mãos sejam as tuas.

Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.

Que eu reze com as tuas orações.

Que eu celebre como tu te imolaste.

Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém.

(Bv Alberione)

Qual meu novo olhar a partir da Palavra?

Sinto-me discípulo/a de Jesus.

Meu olhar deste dia será iluminado pela presença de Jesus Cristo, acolhido no meu coração e no coração das demais pessoas.

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.

- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.

-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.

- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

COMENTÁRIO 1

Lucas exalta o ministério itinerante de Jesus afirmando que grandes multidões o acompanhavam, e insere o tema das exigências do seguimento de Jesus. Por mais outras duas vezes Lucas retoma este tema (9,57-62 e 18,24-30) em seu Evangelho. Jesus está em contato com as multidões, tomadas por um misto de curiosidade e esperança. Quer atraí-las ao seu seguimento, porém, conscientes do compromisso a que são chamadas. Com duas sentenças seguidas de duas curtas parábolas intercaladas e uma sentença conclusiva, são apresentadas as condições para este seguimento. Cada sentença está incluída na estrutura frasal: "Se alguém (ou: quem) não [.], não pode ser meu discípulo!".

A primeira condição é a libertação em relação aos laços tradicionais de família, estabelecidos como forma de conservadorismo ou privilégios raciais, principalmente quando evocados alegando-se a eleição divina. A opção deve ser radical por Jesus e pela proposta do Reino.

A segunda condição é o "carregar a sua cruz", que passou a ser uma expressão comum entre os discípulos, após a morte de Jesus. O carregar a cruz foi o auge da repressão sofrida por Jesus, da parte dos poderosos da sociedade, ao longo de sua vida. Assim, o discípulo deve estar disposto a enfrentar a repressão ao exercer o serviço da palavra e do testemunho, sem medo da morte. As duas curtas parábolas mostram a necessidade de perceber bem as consequências nas tomadas de decisões importantes para não vacilar, depois, diante das dificuldades, particularmente quando se trata da própria decisão de seguir Jesus.

A terceira condição é totalizante. É a renúncia a tudo o que se tem. É a conquista da liberdade total, da liberdade do medo da morte, o que transforma o discípulo em um ágil, fiel e solidário seguidor de Jesus, o qual tem a Sabedoria e o Espírito de Deus (primeira leitura). Em Paulo, que no fim da vida preocupa-se com a libertação do escravo Onésimo (segunda leitura), temos um exemplo de quem renunciou a tudo, coerente com a visão que tinha de Jesus.

Autor: José Raimundo Oliva

COMENTÁRIO 2

Jesus, diante dos “grandes números”, das “multidões incontáveis”, fica preocupado. Ele descreve os seus discípulos – também cada um de nós – como “um pequeno rebanho”(Lc 12,32), como um “pouco de sal” (Mt 5,13), ou de “fermento” (Mt 13,33), como um “grão de mostarda” (Mt 13,31). Não deve causar surpresa, no entanto, se Ele fica admirado por ver que há “muita gente que o acompanha”. Com certeza, Jesus Cristo pensa: ou não entenderam nada acerca do seguimento, ou eu não me expressei bem.

Esta verdade deve nos levar a perguntar – principalmente a nós mesmos – o que leva tantos a seguir Jesus. Qual é a motivação principal para o seu seguimento? Muitos seguem não a Jesus, mas aquilo que Ele pode vir a dar: saúde, prosperidade, bom emprego, sucesso, fama, status… Quanto aquilo que Jesus pode dar há muitos seguidores; quanto ao fato de seguir Jesus e sua conseqüências, poucos O seguem.

Jesus é taxativo: “Se alguém vem a mim e não odeia seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos, sua Irma e até sua própria vida, não pode ser meu discípulo”. Diante de tamanha exigência, ainda podemos afirmar que tamanha multidão que se diz católico, cristão, é verdadeiramente discípulo de Jesus? Há, meus irmãos: não subestimemos nossa inteligência! Por favor!

A pergunta que não quer calar para este final de semana é esta: O que nos motiva para o seguimento de Jesus? É Jesus ou o interesse que tenho Dele, por aquilo que Ele pode me proporcionar? O discípulo de verdade é aquele que segue o mestre e não o que ele pode oferecer; este é mercenário! Há poucos discípulos e muitos mercenários – aqueles que só fazem algo por interesse e não por amor.

Que palavra tão forte esta: odiar aqueles que nós amamos. O que Jesus quer dizer por odiar, sendo que devemos – segundo Ele próprio, amar e não odiar, principalmente nossos inimigos? Odiar neste contexto significa romper até os laços mais íntimos, quando estes constituem um impedimento para o amor.

Quantas pessoa se dizem discípulas e discípulos de Jesus, mas no entanto ainda continua apegada a pessoas, a interesses, a cargos, às suas vontades.

Por isso, antes de nos colocarmos no seguimento de Jesus, nos perguntemos acerca das nossas motivações, ou seja, façamos os cálculos como valou Jesus na parábola. Quantas desistências no meio do caminho; será causa de Jesus ter chamado de forma enganosa? Será que eu escutei mal? Não, Jesus não se enganou e você não escutou mal. O problema foi a falta de cálculo, ou seja, a decisão de romper com tudo aquilo que coloca Deus em segundo plano, pondo em primeiro plano as pessoas que amamos, nossa própria vida e os bens matérias.

Quando colocamos tudo isso na frente do Senhor no seguimento, tudo está fadado ao fracasso e o demônio será o primeiro a jogar na nossa cara e na cara de Deus – ao menos ele tentará largar na cara de Deus – o nosso fracasso. Agora, quando dou o meu sim, pondo Jesus e sua vontade como o centro, tudo dará certo; isso não quer dizer que não teremos cruzes, sofrimentos e dificuldades; aliás, quem não quer sofrer, não deve seguir Jesus, pois seguir Jesus é o maior ato de amor que existe, e amar dói; o amor começa quando começa a doer a carne; não existe amor sem dor; não quer sofrer, não ame!

Padre Pacheco, Comunidade Canção Nova.

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