Deus dá liberdade aos Seus filho

Na liberdade que temos, damos o exemplo e não seguimos as más inclinações deste mundo

“Jesus perguntou: ‘Simão, que te parece: Os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem: dos filhos ou dos estranhos? Pedro respondeu: ‘Dos estranhos!’ Então Jesus disse: ‘Logo os filhos são livres’” (Mateus 17, 25-26).

domingo, 29 de agosto de 2010

MENSAGEM DA SEMANA - Ocupemos o nosso lugar: somos servos - Lc 14,1.7-14.

Preparação para a Leitura Orante

- A nós, a paz de Deus, nosso Pai, a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo, no amor e na comunhão do Espírito Santo.

- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

Preparo-me para a Leitura, rezando:

Jesus Mestre, Sois o Mestre e a Verdade: iluminai-nos, para que melhor compreendamos as Sagradas Escrituras.

Sois o Guia e o Caminho: fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.

Sois a Vida: transformai nosso coração em terra boa, onde a Palavra de Deus produza frutos abundantes de santidade e missão.

(Bv. Alberione)

Leitura Orante

Num sábado, Jesus entrou na casa de certo líder fariseu para tomar uma refeição. E as pessoas que estavam ali olhavam para Jesus com muita atenção.

Certa vez Jesus estava reparando como os convidados escolhiam os melhores lugares à mesa. Então fez esta comparação:

- Quando alguém convidá-lo para uma festa de casamento, não sente no melhor lugar. Porque pode ser que alguém mais importante tenha sido convidado. Então quem convidou você e o outro poderá dizer a você: "Dê esse lugar para este aqui." Aí você ficará envergonhado e terá de sentar-se no último lugar. Pelo contrário, quando você for convidado, sente-se no último lugar. Assim quem o convidou vai dizer a você: "Meu amigo, venha sentar-se aqui num lugar melhor." E isso será uma grande honra para você diante de todos os convidados. Porque quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será engrandecido.

Depois Jesus disse ao homem que o havia convidado:

- Quando você der um almoço ou um jantar, não convide os seus amigos, nem os seus irmãos, nem os seus parentes, nem os seus vizinhos ricos. Porque certamente eles também o convidarão e assim pagarão a gentileza que você fez. Mas, quando você der uma festa, convide os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos e você será abençoado. Pois eles não poderão pagar o que você fez, mas Deus lhe pagará no dia em que as pessoas que fazem o bem ressuscitarem.

O que diz o texto do dia?

Leio atentamente o texto: Lc 14,1.7-14, e observo pessoas. Procuro compreender o ensinamento de Jesus Mestre.

Mais um convite a Jesus para um banquete no sábado. Nestes banquetes, o protocolo designava rigorosamente os lugares. A história contada por Jesus fala das conseqüências das escolhas.

Quem escolhe o primeiro lugar pode se dar mal, dado que este lugar já deve estar designado para outra pessoa "mais importante". Jesus, reparando que os convidados escolhiam os melhores lugares, quis dizer que quem se exalta será humilhado e quem se humilha será engrandecido. É assim que o Mestre vai formando os discípulos para as atitudes que lhes convém.

O que o texto diz para mim, hoje?

Minha vida reflete o que o texto diz ou há contradições? Na comunidade da qual participo é assim que as pessoas se relacionam ou há disputa de poder, pessoas que buscam fazer carreira? Que lugar ocupo eu?

A Conferência de Aparecida nos recorda: "O anúncio de Jesus sempre convoca o discípulo à conversão, que nos faz participar do triunfo do Ressuscitado e inicia um caminho de transformação." (DAp 351).

O que o texto me leva a dizer a Deus?

Meu coração já está em sintonia com o coração de Jesus.

Vivo este momento em silêncio. Depois, concluo: Espírito vivificador, a ti consagro o meu coração: aumenta em mim o amor a Jesus e aos irmãos.

Faze-me sentir filho amado do Pai. Amém.

Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós.

Qual meu novo olhar a partir da Palavra?

Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vou eliminar do meu modo de pensar e agir aquilo que não vem de Deus, que não é conforme o Projeto de Jesus Mestre.

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.

- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.

-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.

- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

COMENTÁRIO 1

Dentre os quatro evangelistas, Lucas é o único que, por três vezes (Lc 7,36; 11,37; 14,1), menciona refeições de Jesus em casa de fariseus. Esta refeição é ocasião de ensinamentos de Jesus.

Neste contexto, Lucas apresenta duas parábolas, cada uma com destinatário próprio. A primeira é dirigida aos convidados em geral, e a segunda é dirigida ao anfitrião.

Jesus conta a primeira parábola aos convidados que escolhiam os primeiros lugares. Aquele que ocupou o primeiro lugar teve que cedê-lo a um amigo mais importante do dono da casa. Aquele que ocupou o último lugar foi convidado para um lugar melhor. Em conclusão à sentença-chave: quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado. É um tema precioso para Lucas, já presente no Cântico de Nossa Senhora (Lc 1,51-52), e perpassa todo o seu Evangelho. O não se precipitar em ocupar os primeiros lugares em momentos solenes era regra comum de boas maneiras nas várias culturas. Os conselhos de humildade contidos no Livro do Eclesiástico (primeira leitura) resultam da influência da cultura grega. Jesus aplica a sentença final, sobre aquele que se exalta e aquele que se humilha, revelando a prática do Reino: a renúncia à sociedade competitiva pelo status e poder, e a adesão à nova sociedade do Reino, fundada na humildade, na fraternidade e no serviço.

A segunda parábola Jesus dirige àquele que o convidara. Comumente os banquetes são oferecidos, pelos poderosos, com objetivos interesseiros: mostrar aos outros prestígio e poder; agradar alguém de quem se espera retribuição; fortalecer os laços que unem o grupo de poder. A estes interesses Jesus opõe o banquete oferecido aos pobres, aleijados, coxos e cegos, sem espera de retribuição por parte deles. O banquete aos pobres é o assumir a sua causa, promover a sua libertação e a restauração de sua dignidade. É a partilha do banquete eucarístico, em comunhão com Jesus.

Autor: José Raimundo Oliva

COMENTÁRIO 2

Confesso, que não conseguiria explicar como que na Igreja ainda exista uma ideia totalmente distorcida e doentia de Deus. Está aí a grande causa de tantas pessoas estarem doentes, ou seja, a visão doentia que se tem de Deus faz adoecer aquele que a tem. Imagina-se Deus como aquele que está distante, bravo, muito ocupado em ver o que fazemos de errado para nos cobrar no momento oportuno, que não vive comunhão conosco, que não se alegra e convive com seus filhos. Jesus é a revelação plena do Pai; Ele é o “Emanuel”, ou seja, Ele é o “Deus conosco”. Que maravilha! Jesus é este que sabe viver a vida, está próximo dos seus, no meio do povo procurando levar todos a uma experiência com Ele, com seu amor. Ele não se mistura com nossos pecados, mas abraça a cada um e faz comunhão com todos. Ele entra na vida toda de cada um de nós, para que possamos entrar na Dele, ou seja, para que nos santifiquemos. Ele não tem medo de conviver, brincar, tomar refeição com todos, dançar e se divertir.

É sábado, acabou-se de viver o dia santo para os judeus, apos ouvirem a Palavra de Deus na Sinagoga, um fariseu convida Jesus para uma refeição. Na cultura, todas as pessoas importantes, bem sucedidas, vão sentando-se a partir do dono da casa, por ordem de importância: do dono da casa, depois os mais importantes, os mais velhos e os demais, exatamente nesta ordem. Jesus observa o cenário, a busca de lugares importantes por parte de muitos que se encontram na casa e lança a parábola aos convidados.

Nesta parábola, Jesus não quer ensinar um truque acerca de como fazer para ser reconhecido e ser convidado para os melhores lugares. Não, Jesus ao dizer isso, não está ensinando nada de novo, pois na cultura judaica já era ensinado às crianças de como fazer para não passar vergonha na frente dos outros: senta no último lugar. Se te chamarem, tu ficarás engrandecido diante dos outros; se não te chamarem, tu não passa vergonha, pois não te mandarão sair, pois não tomaste um lugar que não te pertencia.

Jesus quer ensinar o que com isso? Que devemos ser visto e chamado por Deus. Devemos fazer isto aos olhos de Deus, vivendo a nossa vocação, pela qual fomos criados, ou seja, viemos do Amor, por amor, para vivermos o amor entre os irmãos. Este amor só pode ser vivido e testemunhado pela vivencia do serviço. Sentar no último lugar, neste caso, para Jesus, é se sentar sobre a autoridade que nos foi dada no dia do nosso batismo. A autoridade na Igreja chama-se serviço! O maior é aquele que serve, aquele que se coloca como o servo de todos.

Toda via, só é capaz de servir aquele, aquela que possui a virtude da humildade. Só o humilde serve, vive a autoridade da Igreja. A humildade é a mãe de todas as virtudes. Há uma crise de pessoas humildes no mundo, pois as pessoas não se conhecem; por que não se conhecem? Porque não conhecem a Deus. Cristo é a imagem visível do Pai e que reflete aquilo que devemos ser. Quem conhece a Cristo, passa a se conhecer e, se conhecendo, passa a ter um auto-conhecimento; o auto-conhecimento é o pai da humildade e, somente o humildade é capaz de servir; quem serve, será exaltado, pois viverá a humildade – característica essencial da santidade. Tudo está interligado!

Para dizer que, a parábola nos chama a santidade, que começa no auto-conhecimento como fruto de um conhecer a Deus e que gerará a humildade e, esta, me conduzirá ao serviço: a autoridade na Igreja. Por isso que o maior é aquele que serve; porque vive a autoridade, a santidade.

Padre Pacheco, Comunidade Canção Nova.

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