Deus dá liberdade aos Seus filho

Na liberdade que temos, damos o exemplo e não seguimos as más inclinações deste mundo

“Jesus perguntou: ‘Simão, que te parece: Os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem: dos filhos ou dos estranhos? Pedro respondeu: ‘Dos estranhos!’ Então Jesus disse: ‘Logo os filhos são livres’” (Mateus 17, 25-26).

domingo, 19 de setembro de 2010

MENSAGEM DA SEMANA: A quem estamos servindo? - Lc 16,1-13.

Preparação para a Leitura Orante
Preparo-me para a Leitura Orante, fazendo uma rede de comunicação e comunhão em torno da Palavra com todas as pessoas que se neste ambiente virtual. Rezamos em sintonia com a Santíssima Trindade.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Senhor, nós te agradecemos por este dia. Abrimos, com este acesso à internet, nossas portas e janelas para que tu possas Entrar com tua luz. Queremos que tu Senhor, definas os contornos de Nossos caminhos, As cores de nossas palavras e gestos, A dimensão de nossos projetos, O calor de nossos relacionamentos e o Rumo de nossa vida. Podes entrar, Senhor em nossas famílias. Precisamos do ar puro de tua verdade. Precisamos de tua mão libertadora para abrir Compartimentos fechados. Precisamos de tua beleza para amenizar Nossa dureza. Precisamos de tua paz para nossos conflitos. Precisamos de teu contato para curar feridas. Precisamos, sobretudo, Senhor, de tua presença Para aprendermos a partilhar e abençoar!
Ó Jesus Mestre, Verdade-Caminho-Vida, tem piedade de nós.
Leitura Orante
Lc 16,1-13
Jesus disse aos seus discípulos:
- Havia um homem rico que tinha um administrador que cuidava dos seus bens. Foram dizer a esse homem que o administrador estava desperdiçando o dinheiro dele. Por isso ele o chamou e disse: "Eu andei ouvindo umas coisas a respeito de você. Agora preste contas da sua administração porque você não pode mais continuar como meu administrador."
- Aí o administrador pensou: "O patrão está me despedindo. E, agora, o que é que eu vou fazer? Não tenho forças para cavar a terra e tenho vergonha de pedir esmola. Ah! Já sei o que vou fazer... Assim, quando for mandado embora, terei amigos que me receberão nas suas casas."
- Então ele chamou todos os devedores do patrão e perguntou para o primeiro: "Quanto é que você está devendo para o meu patrão?"
- "Cem barris de azeite!" - respondeu ele.
O administrador disse:
- "Aqui está a sua conta. Sente-se e escreva cinqüenta."
- Para o outro ele perguntou: "E você, quanto está devendo?"
- "Mil medidas de trigo!" - respondeu ele.
- "Escreva oitocentas!" - mandou o administrador.
- E o patrão desse administrador desonesto o elogiou pela sua esperteza.
E Jesus continuou:
- As pessoas deste mundo são muito mais espertas nos seus negócios do que as pessoas que pertencem à luz. Por isso eu digo a vocês: usem as riquezas deste mundo para conseguir amigos a fim de que, quando as riquezas faltarem, eles recebam vocês no lar eterno. Quem é fiel nas coisas pequenas também será nas grandes; e quem é desonesto nas coisas pequenas também será nas grandes. Pois, se vocês não forem honestos com as riquezas deste mundo, quem vai pôr vocês para tomar conta das riquezas verdadeiras? E, se não forem honestos com o que é dos outros, quem lhes dará o que é de vocês?
- Um escravo não pode servir a dois donos ao mesmo tempo, pois vai rejeitar um e preferir o outro; ou será fiel a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e também servir ao dinheiro.
O que diz o texto do dia?
Muitos acham esta parábola desconcertante. Ela diz claramente que o administrador era desonesto. E, no entanto, o patrão o louva. Mais ainda: Jesus o apresenta como modelo. O administrador usa de sua esperteza. Procura cercar-se de amigos. E os faz através dos devedores do seu patrão. O recurso que utiliza é engenhoso e desonesto. O patrão admira o seu engenho. Muitas vezes falta aos cristãos a criatividade. Como diz Jesus noutra passagem: ser "simples como as pombas e prudentes como as serpentes" (Mt 10,16). O Mestre não louva o erro, o engano, mas a habilidade, a criatividade. Na parábola de Jesus, Deus é o patrão defraudado que nos recebe no seu Reino.
O que o texto diz para mim, hoje?
Os bispos na Conferência de Aparecida lembraram: " Dos que vivem em Cristo se espera um testemunho muito crível de santidade e de compromisso. Desejando e procurando essa santidade não vivemos menos, mas melhor, porque, quando Deus pede mais, é porque está oferecendo muito mais: "Não tenham medo de Cristo! Ele não tira nada e nos dá tudo!"(DAp, 352).
E eu me interrogo: Como é meu testemunho? Sou uma pessoa criativa nas coisas de Deus?
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos e concluo com a oração:
Jesus, Mestre:
que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria. Que eu ame com o teu coração. Que eu veja com os teus olhos. Que eu fale com a tua língua. Que eu ouça com os teus ouvidos. Que as minhas mãos sejam as tuas. Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas. Que eu reze com as tuas orações. Que eu celebre como tu te imolaste. Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém.
Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Sinto-me discípulo/a de Jesus?
Meu olhar deste dia será iluminado pela presença de Jesus Cristo, acolhido no meu coração e no coração das demais pessoas. Meu olhar estará voltado para todas as oportunidades em que posso anunciar o amor de Deus.
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
COMENTÁRIO 1
Lucas tem como uma de suas características a crítica das riquezas. Logo no início de seu Evangelho, no Cântico de Maria, Deus "derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes, enche de bens os famintos e despede os ricos de mãos vazias" (Lc 1,52s).
Na parábola de hoje é feita a denúncia do "dinheiro iníquo". Parecem estranhas as imagens de um homem rico e um administrador corrupto nesta parábola. A esperteza do administrador estava em manipular o dinheiro injusto acumulado pelo homem rico, favorecendo aqueles que se tornariam seus amigos. Pode-se entender que a parábola sugere que o dinheiro deve ser usado para fazer amigos. As riquezas acumuladas por poucos podem ser usadas para o bem de todos, criando laços de amizade. Já nos primeiros séculos da era cristã, os Padres da Igreja denunciavam, de maneira contundente, que toda acumulação de riqueza era fruto da injustiça. No profeta Amós (primeira leitura) vemos também esta denúncia.
Assim sendo, o restabelecimento da justiça se faz pela partilha destas riquezas. Jesus apresenta a todos uma opção radical: "Não podeis servir a Deus e ao dinheiro". Lucas destaca que os fariseus eram "amigos do dinheiro" e, por isso, zombavam de Jesus. As elites ricas da sociedade também zombam, condenam e perseguem aqueles que lutam pela partilha dos bens e da terra.
Autor: José Raimundo Oliva
COMENTÁRIO 2
O Evangelho deste final de semana, do 25º Domingo do Tempo Comum, nos apresenta uma verdade fundamental para o nosso seguimento de Jesus Cristo: ou servimos a Deus ou servimos ao dinheiro. Não existe meio-termo: ou amamos um e odiamos o outro, ou nada feito; não dá para ficarmos em cima do muro; precisamos nos decidir. Aliás, a vida é feita e foi sempre feita por decisões; a vida tem o sentido que tem pelas decisões que tomamos.
Cristo, para bem ilustrar a decisão que precisamos tomar para atingir a verdadeira felicidade – que está n’Ele – nos apresenta uma parábola muito interessante e que nos faz refletir e repensar acerca da vida que estamos vivendo.
Jesus, na parábola, apresenta um certo administrador que está  dirigindo de forma muito errada os bens do seu patrão. Ele – o patrão – deixa bem claro que vai demiti-lo, pois não há mais condições de administrar no que diz respeito ao fato da falta confiança; o patrão deixa de acreditar em seu administrador.
O administrador infiel, sabendo que vai ser demitido e que vai passar por muitas dificuldades, e que nada material vai suprir sua carência, diz para si, em outras palavras: “Já estou velho, cansado, sem condições de reiniciar a minha vida… já é tarde, e agora só me resta me preocupar com aquilo que vale a pena”. Ele vai aos devedores do seu patrão e pede a eles colocar, como dívida, um valor a pagar, bem menor do que é a realidade a ser acertada. Estes que deviam, passam a dever muito menos e se sentem na obrigação de reconhecer que, uma dívida, agora, possuem para com aquele administrador que lhes ajudou.
Jesus elogia profundamente a atitude daquele administrador. Sim, por incrível que pareça, Cristo acha muito inteligente a sua atitude diante da dificuldade que encontra na vida. Todavia, meus irmãos e minhas irmãs, vamos entender o que o Senhor elogia e nos motiva a fazer, a exemplo daquele administrador, que, com certeza, o fato elogiado não é a corrupção e a pilantragem dele. É outra coisa que, mais adiante, vamos entender perfeitamente.
Nessa época, na época de Jesus, este sistema de trabalho funcionava da seguinte forma: o patrão estipulava um certo valor a respeito da mercadoria que ele vendia e propunha aos administradores o seguinte: o que estes conseguissem a mais seria [no valor da mercadoria comercializada] deles. Por exemplo, se um barril de óleo o patrão cobrasse cem reais e o administrador cobrasse 200 reais,  estes cem reais excedentes seriam do administrador. Para entendermos que, na parábola, o administrador não baixa o valor que o patrão estipulara, ou seja, o desconto que ele pede para pôr no papel é o resultado [do referido administrador  dessa parábola] de não cobrar a parte que seria dele. Ele oferece esta parte em troca da amizade deles, pois passa a saber que, nesta vida, muito mais importante que ter dinheiro é ter amigos.
O elogio que Jesus faz acerca deste administrador, e que chama a atenção para que nós venhamos a fazer o mesmo, é que, nesta vida, muito mais importante que bens materiais são os relacionamentos que fazemos com os irmãos e com Deus. Com Deus numa vida profunda de oração, como vai dizer Paulo na 2ª leitura e com os irmãos, como diz a parábola.
Esse administrador teria todos os motivos para não dar nenhum desconto àqueles que deviam para o seu patrão, pois ele precisaria dessa soma, com certeza, logo depois, pois seria demitido. Não, ele vê que na vida bens materiais ficam, perecem, são realidades terrenas; eterno, com profundo sentido, são os relacionamentos que fazemos com Deus e com nossos irmãos. Estes não acabam jamais. Esta é a esperteza que Cristo elogia.
Como se encontram os nossos relacionamentos? Estamos dando mais tempo e atenção, em nossa vida, aos irmãos e a Deus ou aos bens materiais? É impossível servir a Deus e ao dinheiro; devemos tomar uma decisão!
Padre Pacheco - Comunidade Canção Nova.